Filipe Barros critica presidente da CVM e explica convocação: “virou clubinho”
Deputado afirma que autarquia foi capturada por interesses privados e deixou de cumprir seu papel regulador, comprometendo a soberania econômica nacional
247 – Durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional nesta quarta-feira (2), o deputado federal Filipe Barros (PL-PR) criticou duramente a atuação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), presidida por João Pedro Nascimento. Segundo ele, a autarquia deixou de cumprir sua função reguladora e passou a servir aos interesses do próprio mercado financeiro, em prejuízo da economia real brasileira.
Filipe destacou que a CVM foi convocada, juntamente com outros órgãos, para debater temas como os impactos da atual estrutura regulatória sobre a soberania econômica, os riscos provocados pela instabilidade política sobre o mercado financeiro e a aquisição de ativos estratégicos nacionais por fundos estrangeiros. “Parece que a CVM está mais preocupada em agradar o mercado que deveria regular do que em fomentar a economia brasileira”, afirmou.
“CVM virou um clubinho”
Na avaliação do parlamentar, a CVM tornou-se um espaço fechado, dominado por interesses que bloqueiam a entrada de novas empresas na bolsa de valores. “A impressão que passa é que a CVM virou um clubinho. Aqueles que mandam lá criam um modelo protecionista para si mesmos, impedindo que outras empresas também tenham os benefícios de estarem listadas”, disse.
Filipe comparou o número de empresas listadas na B3, a bolsa brasileira, ao da bolsa do Irã, apontando que o Brasil tem menos companhias no mercado de capitais do que o país persa. Para ele, isso é sintoma de uma disfunção grave. “Tem alguma coisa errada. A CVM está impedindo que empresas entrem no mercado de ações, o que prejudica a soberania econômica nacional.”
Críticas à agenda da CVM
O deputado também denunciou o que chamou de “alinhamento perigoso” da CVM com agendas internacionais, mencionando a possível imposição de cotas para pessoas trans em empresas listadas na bolsa. “Questionei recentemente um assessor da CVM sobre quantos funcionários trans existem na própria autarquia. A resposta foi: nenhum. Então por que impor isso às empresas privadas?”, questionou.
Barros destacou que, apesar do atual presidente da CVM ter sido indicado durante o governo Bolsonaro, não há compromisso com as diretrizes daquele governo, e que João Pedro Nascimento hoje parece seguir “uma agenda globalista que está caindo no mundo inteiro”.
Defesa da reindustrialização e da economia real
Ao final de sua fala, Filipe Barros fez uma defesa enfática da reindustrialização do Brasil e da valorização da economia real. Segundo ele, grandes potências estão adotando medidas de proteção industrial, enquanto o Brasil permanece refém da financeirização.
“Estamos vivendo uma nova revolução industrial. Precisamos atrair indústrias, gerar empregos, fomentar o setor produtivo. O mercado financeiro tem que ser um instrumento da economia real, e não um fim em si mesmo”, argumentou. Ele ainda sugeriu que, caso o presidente da CVM não compareça à comissão, poderá haver convocação formal dele e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Ele tem que vir aqui explicar. Ele preside uma agência reguladora das mais importantes do Brasil, e deveria estar atento à geração de empregos e ao fortalecimento da economia real. Mas, infelizmente, não é isso que a CVM tem feito”, concluiu.
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