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"Queremos que 140 mil pessoas paguem uma parcelinha a mais para beneficiar 10 milhões de pessoas", diz Lula

Presidente defendeu justiça tributária e a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

Lula no anúncio do Plano Safra (Foto: RICARDO STUCKERT)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Ao lançar nesta terça-feira (1º/7) o Plano Safra 2025/2026, o presidente Lula reafirmou o compromisso de seu governo com a justiça social e tributária. Em discurso contundente no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo defendeu a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, destacando que a medida busca corrigir distorções históricas na estrutura fiscal brasileira.

“Nós estamos querendo que 140 mil pessoas paguem uma parcelinha a mais para beneficiar 10 milhões de pessoas”, afirmou. Lula também criticou setores que culpam os programas sociais pelos desequilíbrios fiscais. “Fico triste quando vejo as pessoas jogarem a culpa em cima do BPC ou do Bolsa Família”, lamentou.

Segundo ele, ao desonerar os salários até R$ 5 mil, o governo reconhece que “salário não é renda. Renda é renda, salário é salário”. Para os que recebem mais de R$ 1 milhão por ano, Lula defende uma contribuição maior: “O País precisa diminuir os privilégios. Ninguém está querendo tirar nada de ninguém. Queremos apenas diminuir os privilégios de alguns para dar um pouco de direito para os outros”.

Crédito rural com investimento recorde

O Plano Safra lançado destina R$ 516,2 bilhões a médios e grandes produtores, com foco em práticas sustentáveis e maior segurança na produção. O valor representa um acréscimo de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo anterior.

A exigência do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) passa agora a valer para contratos acima de R$ 200 mil, o que amplia o controle técnico sobre o crédito rural. Outra novidade é a liberação antecipada para aquisição de rações e insumos, até 180 dias antes da formalização do crédito.

Lula também defendeu uma visão integrada do campo, ressaltando que a complementaridade entre grandes e pequenos é essencial para o desenvolvimento. “O pequeno não é inimigo do grande. O grande não pode ser inimigo do pequeno. Eles têm que ser coisas produtivas complementares. Essa similaridade é o que faz a construção de uma nação”, declarou.

Sustentabilidade e inovação no campo

Além de financiar sementes florestais e coberturas do solo, o plano amplia o acesso a linhas como o Moderagro e o Inovagro, que foram unificados. O subprograma RenovAgro Ambiental ganhou novas ações voltadas à prevenção de incêndios e recuperação de áreas degradadas, com possibilidade de financiamento para caminhões-pipa e mudas de espécies nativas.

O limite de renda anual para acessar o Pronamp foi elevado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, e o volume máximo de armazenagem financiável subiu de 6 mil para 12 mil toneladas. A nova safra também amplia o acesso ao Funcafé para produtores que já tenham contratos ativos no Plano Safra.

Esforço fiscal em meio à alta da Selic

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou que o governo conseguiu manter juros acessíveis mesmo com a taxa Selic a 15%. “Conseguimos manter o aumento das taxas de juros em patamares entre 1,5% e 2%, graças à equalização feita pelo governo. Isso mostra o esforço para garantir um plano estimulante”, disse.

Fávaro destacou ainda que o Brasil já abriu 387 novos mercados internacionais para seus produtos e reforçou a diversidade da produção agropecuária nacional. “O campo brasileiro produz mais de 1,1 bilhão de toneladas por ano, muito além dos grãos. Produz carnes, frutas, celulose, açúcar e muito mais.”

Reforma tributária e desenvolvimento

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu que as duas etapas do Plano Safra — agricultura familiar e empresarial — são parte de uma estratégia única de desenvolvimento do campo. “Hoje é o segundo dia do lançamento do Plano Safra, que a gente divide, mas devia perceber que eles são uma coisa só”, afirmou.

Segundo ele, o Brasil colhe os frutos de uma política econômica consistente, mesmo diante de adversidades climáticas e cenário externo instável. Haddad ressaltou ainda que a reforma tributária vai impulsionar o campo como nunca antes, ao reduzir a carga exportada e ampliar a cesta básica.

Com o lema “Força para o Brasil crescer”, o novo Plano Safra reforça o papel do setor agropecuário como motor da economia brasileira, aliando produção sustentável, ampliação do crédito e compromisso com a justiça fiscal.

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