Netanyahu diz que quer cessar-fogo, mas insiste na estratégia de exterminar o Hamas
Em entrevista premiê israelense afirma que acordo pode ser fechado “em alguns dias”, mas mantém exigências rígidas para encerrar o conflito com o Hamas
247 - Em entrevista concedida à emissora americana Newsmax na quinta-feira (10), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, demonstrou otimismo sobre a possibilidade de um acordo com o Hamas para a libertação de prisioneiros. Segundo ele, há chances reais de que o entendimento seja finalizado “em alguns dias”. As declarações foram feitas antes de seu retorno a Israel, enquanto prosseguem negociações indiretas no Catar, com mediação dos Estados Unidos.
Netanyahu relatou que, caso um cessar-fogo de 60 dias seja firmado, ele será utilizado como base para “tentar negociar o fim” do conflito. “Isso pode acabar amanhã, hoje, se o Hamas depuser as armas”, disse Netanyahu. “Acreditamos que podemos concluí-lo [...] Vamos derrotar esses monstros e resgatar nossos reféns.”
Netanyahu deixou claro que Israel não abrirá mão de retomar as operações militares caso suas condições não sejam atendidas. Em uma declaração em vídeo divulgada em Washington, ele reafirmou que, mesmo após dois cessar-fogos anteriores, o exército israelense voltou ao combate. “Disseram-nos: ‘Vocês não retornarão à guerra’ após o primeiro cessar-fogo, e nós retornamos. Disseram-nos: ‘Vocês não retomarão a luta’ após o segundo cessar-fogo, e nós o fizemos. Agora estão dizendo: ‘Vocês não continuarão lutando’ depois do terceiro cessar-fogo. Preciso dizer mais alguma coisa?”
Segundo fontes ouvidas pelo The Times of Israel, o governo Trump teria sinalizado aos mediadores que não pretende permitir uma retomada dos ataques por parte de Israel após o cessar-fogo de 60 dias, mesmo que isso não esteja expresso formalmente no acordo em elaboração.
O impasse gira, entre outros fatores, em torno da possibilidade de Israel reiniciar a campanha militar se, ao fim da trégua, não houver desfecho satisfatório para Tel Aviv. Outra exigência do governo israelense é a libertação de um total de 28 prisioneiros, sendo 10 vivos e 18 corpos, ponto que segue sendo alvo de disputas nas tratativas.
Do lado palestino, o Hamas se posiciona contra qualquer trégua que mantenha significativa presença militar israelense na Faixa de Gaza. A retirada total das tropas e o fluxo irrestrito de ajuda humanitária estão entre as exigências da organização. “Não podemos aceitar a perpetuação da ocupação de nossas terras e a rendição de nosso povo a enclaves isolados sob o controle do exército de ocupação”, afirmou à AFP Bassem Naim, alto dirigente do Hamas.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: