Inteligência dos EUA volta atrás e passa a afirmar que instalações nucleares do Irã foram destruídas; Casa Branca ataca imprensa
'Se os iranianos optarem por reconstruí-las, terão que refazer completamente as três instalações', afirmou a Diretoria de Inteligência dos Estados Unidos
247 - Diretora de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Tulsi Gabbard, afirmou nesta quarta-feira (25) que novas informações de inteligência confirmam a destruição de instalações nucleares iranianas, contradizendo reportagens que afirmavam que os ataques americanos não haviam atingido estruturas centrais do programa nuclear do Irã. As informações são da agência Sputnik.
"Novas informações de inteligência confirmam o que [o presidente Donald Trump] declarou diversas vezes: as instalações nucleares do Irã foram destruídas. Se os iranianos optarem por reconstruí-las, terão que refazer completamente as três instalações (Natanz, Fordow, Esfahan), o que provavelmente levará anos", publicou Gabbard em sua conta no X.
Em comunicado, a Comissão de Energia Atômica de Israel afirmou que o ataque americano à instalação de enriquecimento nuclear de Fordow destruiu infraestrutura crítica, deixando o local inoperante e retardando em anos o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã.
Os ataques israelenses contra o Irã começaram em 13 de junho, com o objetivo declarado de neutralizar a capacidade nuclear iraniana. Dados oficiais indicam mais de 600 mortos no território iraniano, enquanto a Agência de Notícias de Ativistas dos Direitos Humanos (Hrana) registrou 950 vítimas fatais nos recentes bombardeios. Em Israel, autoridades confirmaram pelo menos 28 mortos.
O presidente americano Donald Trump anunciou um cessar-fogo entre Irã e Israel. Ambos os países do Oriente Médio confirmaram a trégua, embora a região permaneça em tensão. Os EUA entraram no conflito em apoio a Israel, enquanto a Rússia manifestou seu respaldo ao Irã. As Forças Armadas do Iêmen também declararam oficialmente sua participação na guerra.
Ataques à imprensa - Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quarta-feira que pessoas que vazam informações classificadas à imprensa, como a recente avaliação de inteligência sobre ataques dos EUA ao Irã, devem ser presas.
"Elas deveriam ir para a cadeia", disse Leavitt a repórteres quando questionada sobre as consequências para quem vaza informações confidenciais.
Leavitt também mencionou que o FBI está investigando um indivíduo acusado de vazar à imprensa, no último final de semana, a avaliação de inteligência ultrassecreta sobre os ataques dos EUA a instalações nucleares iranianas.
Na terça-feira, a CNN noticiou, citando um relatório da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, que os ataques americanos a três instalações nucleares iranianas não destruíram os componentes principais do programa nuclear do Irã, mas, segundo uma avaliação preliminar de inteligência, apenas "atrasaram" seu desenvolvimento em alguns meses.
Após a reportagem, o presidente americano Donald Trump acusou a CNN de tentar divulgar informações enganosas sobre os resultados dos ataques dos EUA a instalações iranianas. Nesta quarta-feira, Trump atacou a repórter da CNN Natasha Bertrand por seu artigo sobre os ataques dos EUA ao Irã, exigindo que a emissora a demitisse "como um cachorro".
Na noite de 22 de junho, os Estados Unidos lançaram ataques contra as instalações nucleares iranianas de Natanz, Fordow e Isfahan. Washington afirmou que os ataques visavam debilitar o programa nuclear do Irã. O presidente Trump alertou que Teerã deve "terminar esta guerra" ou enfrentará consequências graves, enquanto o vice-presidente JD Vance esclareceu que os EUA não estão em guerra com o Irã.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, acusou os EUA de trair esforços diplomáticos e reafirmou o compromisso do Irã em salvaguardar sua segurança e interesses. A Organização de Energia Atômica do Irã declarou que os ataques não interromperiam o avanço de sua indústria nuclear
Contradições - Uma avaliação preliminar da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, contudo, contradiz publicamente a retórica do presidente Donald Trump sobre os recentes bombardeios contra instalações nucleares iranianas.
Segundo revelou a rede norte-americana CNN na terça-feira, que ouviu três fontes com acesso ao relatório, os ataques realizados no último fim de semana não destruíram elementos centrais do programa nuclear do Irã e, no máximo, provocaram um atraso de poucos meses nos avanços do país persa nessa área estratégica.
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