Jean Azevedo: "Israel sai derrotado frente a potência bélica do Irã"
Professor aponta que ataque iraniano expôs vulnerabilidades de Israel e forçou o país a aceitar cessar-fogo mediado pelo presidente Donald Trump
247 - O professor de geografia e geopolítica Jean Azevedo avaliou que a ofensiva iraniana iniciada após a destruição de instalações de pesquisa nuclear em Teerã mudou a correlação de forças no conflito. As declarações foram dadas ao programa O Dia em 30 Minutos, da TV 247.
Segundo o pesquisador, Israel não antecipou a capacidade de resposta do Irã, o que resultou em danos a infraestruturas civis e abalos à confiança interna na própria defesa. “Israel não imaginaria que as suas cidades seriam bombardeadas, que prédios icônicos seriam bombardeados”, afirmou. Para Azevedo, a surpresa estratégica obrigou o governo israelense a aceitar o cessar-fogo intermediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Azevedo sustenta que, ao demonstrar alcance sobre território israelense, Teerã obteve ganhos políticos e fortaleceu sua imagem regional: “Se a gente colocar numa balança, o Irã saiu vitorioso, os aiatolás estão no governo. O Irã conseguiu mostrar pro mundo que Israel não é invencível”. Ele acrescentou que a própria sociedade israelense passou a questionar Benjamin Netanyahu, citado nas declarações do professor — “o Netanyahu se mantém no poder pela narrativa do medo” — em função dos ataques que romperam a sensação de invulnerabilidade.
O especialista atribuiu a decisão de Trump de pressionar Netanyahu à possibilidade de o Irã fechar o Estreito de Ormuz, rota por onde escoa cerca de 20 % do petróleo consumido mundialmente. Azevedo lembrou que a medida colocaria em risco a economia norte-americana. Nesse contexto, o cessar-fogo surge como resposta à escalada que poderia “levar a um novo choque do petróleo”, nas palavras do professor.
Para Jean Azevedo, o saldo militar e político deste capítulo do conflito pode ser resumido em um revés israense: “Mostrou-se a fragilidade de um dos maiores exércitos do mundo frente a uma potência bélica que é o Irã”. Ele concluiu que o desfecho consolida Teerã como ator central na ordem multipolar defendida pelos países do Brics, bloco do qual o Irã passou a fazer parte. Assista:
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