Lula prepara resposta à The Economist após críticas sobre impopularidade e política externa
Itamaraty deve enviar carta à direção da revista britânica
247 - O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve encaminhar uma resposta oficial à revista britânica The Economist, que publicou uma reportagem crítica à atuação do líder brasileiro tanto na política externa quanto na condução interna do país. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (1).
A matéria da The Economist classificou Lula como "incoerente no exterior" e "impopular em casa", apontando supostas contradições em sua diplomacia e fragilidade em sua articulação política com o Congresso Nacional. A necessidade de uma manifestação formal foi tratada em reuniões no Planalto no mesmo dia da publicação. O primeiro compromisso de Lula, conforme registrado na agenda oficial, foi com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que deverá ser o responsável por assinar a resposta em nome do governo brasileiro.
Críticas e repercussão - A publicação britânica passou a ser utilizada como munição por opositores do governo. Entre os que se manifestaram nas redes sociais estão os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Sergio Moro (União Brasil-PR), que se apegaram ao conteúdo da revista para reforçar críticas ao governo.
Na reportagem, The Economist destacou o recente posicionamento do Itamaraty que condenou os ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. Para a revista, tal postura destoou das declarações emitidas por outras democracias ocidentais, soando como um gesto isolado.
A publicação ainda acusou o governo brasileiro de assumir uma postura “hostil ao Ocidente” ao aprofundar seu engajamento com o Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, especialmente diante da influência crescente de China e Rússia.
Outro ponto levantado pela revista foi a ausência de diálogo direto entre o governo Lula e a administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O texto também criticou a decisão do presidente de visitar Moscou em maio para as comemorações dos 80 anos da vitória contra o nazismo, em meio à crescente tensão entre potências ocidentais e o governo de Vladimir Putin.
Fragilidade interna - No plano doméstico, The Economist pontuou a queda de popularidade de Lula e a dificuldade do governo em manter uma base sólida no Congresso. Como exemplo, citou a derrota do Executivo na votação que derrubou um decreto presidencial sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), interpretada como sinal da fragilidade do Palácio do Planalto na articulação com o Legislativo.
A resposta do governo brasileiro deve buscar rebater esses pontos e defender a coerência da política externa praticada por Lula, alinhada a princípios históricos da diplomacia brasileira, além de reafirmar os compromissos democráticos do país.
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