James Green: maioria nos EUA rejeita intervenção militar no Irã
Apesar de rejeição ao programa nuclear iraniano, população norte-americana não apoia envio de tropas ao país do Oriente Médio
247 - Durante sua participação no programa Denise Assis Convida, da TV 247, o historiador norte-americano James Green afirmou que os Estados Unidos vivem hoje um paradoxo em relação ao Irã. Segundo ele, embora a maioria da população apoie ações para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, há uma clara rejeição à possibilidade de uma nova intervenção militar no Oriente Médio.
“Os americanos de modo geral são muito cínicos. Apoiam a ideia de querer evitar que Irã tenha uma bomba nuclear. Isso é um apoio bastante grande nos Estados Unidos. Porém, ao mesmo tempo, por causa da guerra do Afeganistão e do Iraque, a maioria, a grande maioria dos americanos está contra qualquer intervenção direta, militar, de soldados americanos, de fazer uma intervenção no Irã. Isso não vai acontecer”, afirmou Green.
A posição crítica da população norte-americana está diretamente ligada ao legado das guerras travadas no início dos anos 2000. O prolongado envolvimento militar no Afeganistão e no Iraque gerou desgaste político, financeiro e humano, o que dificulta qualquer nova mobilização popular em apoio a ações militares em larga escala.
Segundo Green, há uma continuidade de percepções negativas mútuas entre Irã e Estados Unidos, mas o atual enfraquecimento da economia iraniana abre espaço para negociações diplomáticas. “Existia essa noção de Irã como inimigo. E o Irã assume essa posição, porque eles dizem: morte aos americanos. Eles se sentem em oposição aos Estados Unidos. Agora, as negociações podem resultar numa certa paz, porque o Irã está, nesse momento, enfraquecido. É possível que vão ter negociações, também porque o Irã está querendo eliminar os boicotes e os embargos que sofrem. Com isso a economia do Irã está enfraquecida”, avaliou.
A fala de Green sinaliza que, embora o governo dos Estados Unidos mantenha pressão política e econômica sobre Teerã, um envolvimento militar direto não encontra respaldo popular e, portanto, tende a não fazer parte da estratégia do presidente Joe Biden ou de seu sucessor, mesmo com a retomada do governo por Donald Trump. Assista:
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