Chefe do Pentágono diz que Irã não retirou urânio de instalações atingidas por bombardeio dos EUA

247 - Em meio ao agravamento da crise no Oriente Médio, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta quinta-feira (26) que o governo norte-americano não possui informações de que o Irã tenha transferido urânio altamente enriquecido para protegê-lo de possíveis ataques. As declarações foram feitas durante uma coletiva de imprensa no Pentágono, ao lado do general Dan Caine, chefe do Estado-Maior da Força Aérea. As informações são da Reuters.

A fala de Hegseth ocorre dias após os bombardeios conduzidos pelos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas, no último domingo, em uma ofensiva que utilizou mais de uma dúzia de bombas destruidoras de bunkers, cada uma pesando 13,6 toneladas. As imagens de satélite divulgadas posteriormente mostram uma longa fila de veículos nas proximidades de uma das entradas das instalações atingidas, o que alimentou especulações sobre uma possível remoção emergencial de material nuclear por parte de Teerã — algo que o governo Trump nega. 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respaldou as declarações de seu secretário de Defesa e voltou a adotar um tom agressivo contra o Irã e contra os meios de comunicação. "Nada foi retirado da instalação nuclear iraniana", disse Trump, sugerindo que parte da cobertura da imprensa estaria alimentando informações falsas com o objetivo de desmoralizar seu governo. Hegseth também atacou os veículos de comunicação, classificando o noticiário como "enviesado e anti-Trump".

A negativa dos EUA quanto a essa remoção tenta minimizar a percepção de que o Irã ainda detém pleno controle sobre seu programa nuclear, sugerindo que os ataques foram eficazes e que o regime iraniano não conseguiu reagir a tempo.

Tensão política no Senado

Após a coletiva no Pentágono, integrantes do alto escalão do governo Trump participaram de uma reunião confidencial com senadores no Capitólio para discutir os desdobramentos do ataque ao Irã. Parlamentares ouvidos pela Reuters afirmaram que ainda é cedo para avaliar a extensão dos danos causados à infraestrutura nuclear iraniana ou prever os próximos passos de Teerã.