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Namorado é preso por feminicídio de aluna trans da Unesp após se recusar a assumir relacionamento

A jovem era aluna de zootecnia no campus de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (Unesp)

A estudante Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos (Foto: Reprodução)
Laís Gouveia avatar
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247 - A estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, está desaparecida desde o Dia dos Namorados, 12 de junho, e a Polícia Civil de São Paulo trata o caso como feminicídio. Dois homens foram presos pelo crime: Marcos Yuri Amorim, namorado da vítima, e Roberto Carlos de Oliveira, policial militar ambiental da reserva. A informação é do UOL, que entrevistou o delegado responsável pela investigação, Miguel Rocha.

Segundo a polícia, Carmen foi morta por pressionar o namorado a tornar público o relacionamento dos dois. A jovem era aluna de zootecnia no campus de Ilha Solteira da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Imagens de câmeras de segurança mostraram Carmen entrando na casa de Marcos no dia em que desapareceu, mas não há registros de sua saída.

Além da pressão para assumir o namoro, a vítima teria descoberto supostos crimes cometidos por Marcos e reunido provas contra ele. “Ela montou um dossiê com elementos sobre furtos e outras práticas ilícitas”, afirmou o delegado. Esse teria sido mais um motivo para o assassinato.

O crime teria contado com a ajuda de Roberto Carlos, com quem Marcos também mantinha um relacionamento amoroso. O policial da reserva, segundo a investigação, não apenas sabia do plano, como sustentava financeiramente Marcos e o ajudou a ocultar o corpo de Carmen. A jovem teria sido assassinada e seu corpo ocultado em uma área próxima à residência de Marcos, que fica em um assentamento rural da cidade.

A polícia utiliza drones e cães farejadores na tentativa de localizar os restos mortais da estudante. Quebras de sigilo telefônico também foram autorizadas para os envolvidos, e os dados apontam que Carmen não deixou a cidade. Até agora, o corpo dela não foi encontrado.Ambos os suspeitos negam envolvimento no desaparecimento. Em nota ao UOL, a defesa de Roberto Carlos declarou que ele “é inocente e provará que não cometeu os crimes dos quais é acusado”. A defesa de Marcos Yuri não foi localizada até a publicação da reportagem.

O pai de Carmen, Gerson, fez um apelo emocionado por justiça nas redes sociais: “Precisamos do corpo, ou de onde que ela esteja, para a gente ficar em paz”. Ele também cobrou punição aos responsáveis: “Que punam as pessoas que fizeram essa brutalidade com ela”.

A Unesp, em nota oficial, manifestou solidariedade à família e aos amigos da estudante. A universidade declarou que a comunidade acadêmica está “profundamente abalada por este momento de angústia e incerteza” e afirmou colaborar com as investigações. “A Universidade reafirma seu compromisso com a defesa da vida e da dignidade humana”, diz o comunicado.

Marcos Yuri também é aluno de zootecnia da Unesp. Nas redes sociais, estudantes exigem sua expulsão, mas até o momento a universidade não se pronunciou sobre o pedido.

Como denunciar violência contra mulheres
Casos de agressão podem ser denunciados pelos números 190 (Polícia Militar), 180 (Central de Atendimento à Mulher) ou 100 (Disque Direitos Humanos). A Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em casos de violência cometida por familiares ou companheiros, independentemente da identidade de gênero da vítima.

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