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Polícia prende namorado e PM da reserva por suspeita de feminicídio de estudante trans em Ilha Solteira

Carmen de Oliveira Alves, aluna da Unesp, está desaparecida há quase um mês; investigações indicam que ela foi morta e teve o corpo ocultado

A estudante Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos (Foto: Reprodução)
Laís Gouveia avatar
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247 - A Polícia Civil prendeu dois homens suspeitos de envolvimento no desaparecimento da estudante universitária trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, em Ilha Solteira, no interior de São Paulo. A jovem, aluna da Unesp, foi vista pela última vez há quase quatro semanas. O caso, inicialmente tratado como desaparecimento de pessoa, passou a ser investigado como feminicídio. As informações são do g1.

Os mandados de prisão temporária de 30 dias foram cumpridos contra o namorado da vítima, Marcos Yuri Amorim, e o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira. Ambos foram detidos em Ilha Solteira. A defesa dos acusados ainda não se manifestou publicamente.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha, os dados obtidos após a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos e o rastreamento do celular de Carmen indicam que ela não chegou a deixar a cidade. Imagens de câmeras de segurança mostram a estudante saindo da Unesp e entrando na casa do namorado, em um assentamento rural, mas não há registros de sua saída do local.

“Ela entrou, mas não saiu. As investigações apontam que Carmen foi assassinada ali mesmo, e que os suspeitos ocultaram seu corpo”, afirmou o delegado à imprensa.

Ainda de acordo com Rocha, os detidos ainda não prestaram depoimento formal. Apesar das evidências reunidas, o corpo da jovem segue desaparecido, assim como a bicicleta elétrica preta que ela utilizava na noite em que foi vista pela última vez, em 11 de junho.

A mãe de Carmen relatou à polícia que a filha saiu de casa por volta das 23h daquele dia e, desde então, não fez mais contato. Ela também contou que a jovem nunca havia sumido antes, reforçando o caráter excepcional e alarmante do desaparecimento.

As buscas mobilizaram familiares, amigos e moradores da cidade. Manifestações foram organizadas para cobrar respostas das autoridades, enquanto equipes da polícia vasculharam áreas próximas à universidade e à margem do rio, onde o último sinal do celular de Carmen foi captado. Em uma dessas buscas, foram encontradas marcas de pneus compatíveis com os da bicicleta da vítima.

Carmen tem cerca de 1,70 metro de altura, cabelo preto cacheado, pele negra e olhos castanhos. Informações sobre seu paradeiro podem ser comunicadas à polícia pelos telefones 190 ou 181, de forma anônima.

O desaparecimento da jovem causou comoção na cidade e acendeu o alerta sobre a violência contra pessoas trans no Brasil, país que lidera o ranking mundial de assassinatos dessa população. A investigação agora tenta localizar o corpo de Carmen e esclarecer a dinâmica do crime, que pode se tornar mais um caso brutal de transfeminicídio.

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