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BRICS se opõe à corrida armamentista no espaço e defende instrumento jurídico multilateral para a segurança global

Durante cúpula no Rio, o grupo afirmou que é preciso "garantir a sustentabilidade de longo prazo das atividades no espaço exterior"

Cúpula do BRICS no Rio (Foto: Reuters)
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247 - Os líderes dos países do BRICS se opõem à corrida armamentista no espaço e propõem a adoção de um documento relevante, segundo uma declaração final da cúpula do Rio de Janeiro publicada neste domingo (6).

"Reafirmamos também nosso apoio para garantir a sustentabilidade de longo prazo das atividades no espaço exterior e a prevenção de uma corrida armamentista no espaço e de sua militarização”, apontou a declaração.

De acordo com o texto, é necessário atuar para prevenir “ameaças ou uso da força contra objetos espaciais, inclusive por meio de negociações para a adoção de um instrumento jurídico multilateral relevante que garanta a segurança global".

Os líderes do BRICS também expressaram preocupação com os riscos crescentes de um conflito nuclear e destacaram a necessidade de controle de armamentos, segundo o comunicado.

Saiba mais

O BRICS é um agrupamento formado por onze países membros: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. São países parceiros do BRICS: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

Em comunicado, o BRICS afirmou no site da própria instituição que os objetivos do grupo “incluem fortalecer a cooperação econômica, política e social entre seus membros, bem como promover um aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional”.

“O grupo busca melhorar a legitimidade, a equidade na participação e a eficiência das instituições globais, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial e a OMC. Além disso, visa impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social”.

Números

A participação do BRICS no PIB mundial (em PPP, a preços correntes) aumentou para aproximadamente 39% em 2023. No comércio internacional, os países do BRICS respondem por 24% do total das trocas mundiais.

De acordo com as estatísticas, publicadas no site do BRICS, o grupo representa 48,5% da população do planeta, e 36% do território global. A Agência Internacional de Energia (IEA, sigla em inglês) apontou que o grupo também corresponde a cerca de 72% das reservas mundiais de minerais de terras raras, 43,6% da produção mundial de petróleo, 36% da produção mundial de gás natural e 78,2% da produção global de carvão mineral.

Brasil

A corrente de comércio do Brasil com o BRICS totalizou USD 210 bilhões, representando 35% do total em 2024. O BRICS foi o destino de USD 121 bilhões das exportações brasileiras, representando 36% do total exportado pelo Brasil em 2024, apontou a ComexVis. O grupo foi a origem de USD 88 bilhões das importações brasileiras, representando 34% do total importado pelo Brasil em 2024.

O governo brasileiro assumiu a presidência do BRICS em janeiro. A gestão tem duração de um ano e é rotativa. Guiada pelo lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", a Presidência Brasileira do BRICS em 2025 se concentrará em duas prioridades: (i) Cooperação do Sul Global e (ii) Parcerias BRICS para o Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental. No âmbito dessas prioridades, o Brasil propõe concentrar atenção política em seis áreas centrais:

A - Cooperação em Saúde Global: incentivar projetos concretos de cooperação entre as nações do BRICS para promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo em vários setores, particularmente na saúde, para garantir o acesso a medicamentos e vacinas; lançar a Parceria BRICS para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas e Doenças Tropicais Negligenciadas;

B – Comércio, Investimentos e Finanças: considerar a governança e a reforma dos mercados financeiros, as moedas locais, e os instrumentos e plataformas de pagamento como meio de aumentar e diversificar os fluxos comerciais, financeiros e de investimentos; fazer avançar a Parceria para a Nova Revolução Industrial e adotar a Estratégia 2030 para a Parceria Econômica dos BRICS;

C - Mudança do Clima: adotar uma Agenda de Liderança Climática do BRICS, incluindo uma Declaração-Quadro dos Líderes sobre Financiamento Climático visando a orientar mudança estrutural no setor financeiro;

D – Governança da Inteligência Artificial: promover uma governança internacional inclusiva e responsável da inteligência artificial, a fim de destravar o potencial dessa tecnologia para o desenvolvimento social, econômico e ambiental;

E – Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança: promover uma reforma abrangente da arquitetura multilateral de paz e segurança, a fim de garantir atuação eficaz no enfrentamento de conflitos, evitar catástrofes humanitárias e impedir a eclosão de novas crises; reconstruir a confiança e o entendimento mútuos, retomar a diplomacia e promover soluções pacíficas para conflitos e disputas;

F - Desenvolvimento Institucional: melhorar a estrutura e a coesão do BRICS.

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