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Governo de SP não pode interferir na favela do Moinho às custas do sofrimento humano, diz Lula

Presidente participou nesta quinta-feira (26) do lançamento de uma ação habitacional para as famílias que vivem na favela, na região central de São Paulo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil)
Bianca Penteado avatar
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247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (26) do lançamento de uma ação habitacional para as famílias que vivem na Favela do Moinho, na região central de São Paulo. No evento, o chefe do Executivo detalhou o plano de solução habitacional e criticou a intenção do governo paulista de construir um parque no espaço.

A cerimônia foi realizada dentro da própria comunidade, com a presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Jader Filho (Cidades), Márcio Macedo (Secretaria-Geral) e Esther Dweck (Gestão e Inovação). Lula assinou duas portarias, mas condicionou a cessão definitiva do terreno — que pertence à União — ao Estado de São Paulo ao compromisso do governo estadual de respeitar a dignidade dos moradores da favela.

“A portaria assinada pela ministra Esther não é ainda fazendo a cessão do terreno para o governo do estado, porque a minha preocupação é que, se a gente fizer a cessão e eles tiverem que ocupar isso amanhã, eles vão utilizar outra vez a polícia e vão tentar enxotar vocês, sem vocês conseguirem o que quiserem”, afirmou. “Quando estiver pronto o acordo, a gente faz a cessão definitiva ao governo do estado, mas isso depois de provar que vocês foram tratados com decência, com respeito e que respeitaram a dignidade de cada um de vocês.”

Lula também criticou os planos do governo paulista de construir um parque no local, projeto que vem sendo articulado como parte da estratégia de revitalização do centro da capital. Para o governo estadual, a favela representa um entrave no combate ao crime organizado. Para Lula, no entanto, retirar os moradores da comunidade seria às custas do sofrimento humano.

“O governo do estado disse que quer fazer um parque aqui. Mas, por mais bonito que seja um parque, ele não pode ser feito à custa do sofrimento de um ser humano”, disse. “É importante que as pessoas que querem visitar esse parque, brincar nesse parque e passar o domingo nesse parque não venham pisotear o sangue de pobre que aqui foi agredido para que fizessem o parque.”

A ação habitacional é fruto de uma parceria entre o governo federal e a gestão estadual. Ainda assim, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não compareceu ao evento, o que gerou críticas por parte de Lula.

"O governador foi convidado para vir aqui. Se ele não veio, parece que tem um compromisso em São Bernardo, mas ele foi convidado. Todo lugar que eu vou, eu convido o governador. Só quero que vocês saibam: agora vocês estão sob os cuidados do governo federal, e nós vamos respeitar vocês", afirmou o presidente.

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