Cláudio Castro pede uso das Forças Armadas durante cúpula do BRICS no Rio

247 - O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), solicitou à Presidência da República, liderada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a autorização para o emprego das Forças Armadas durante a realização da Cúpula do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho, na capital fluminense. Segundo a coluna da jornalista Isabel Mega, da CNN Brasil, a solicitação prevê a decretação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mecanismo utilizado em eventos de grande porte para ampliar a segurança local e garantir proteção às comitivas estrangeiras.

A proposta de Castro estende-se por um período mais amplo, entre os dias 2 e 9 de julho, abrangendo a preparação, o desenrolar e a finalização do evento. Os principais pontos de atenção indicados pelo governo estadual incluem o Museu de Arte Moderna (MAM), sede das reuniões entre os chefes de Estado, e a Marina da Glória, ambas localizadas no Aterro do Flamengo.

A GLO é um dispositivo previsto na Constituição para situações em que as forças de segurança convencionais são insuficientes, permitindo a atuação das Forças Armadas em defesa da ordem pública. Em grandes eventos, ela serve como instrumento de reforço e também de dissuasão, especialmente quando há receio de protestos ou ameaças à integridade das delegações internacionais.

Ainda conforme a reportagem, o Ministério da Defesa já se declarou pronto para colocar o plano em prática tão logo a Presidência dê sinal verde. Militares e equipamentos estão em fase de preparação para atuação imediata, caso a operação seja autorizada. A definição, no entanto, precisa partir diretamente do Palácio do Planalto, que ainda não respondeu formalmente ao pedido do governo estadual.

Apesar disso, fontes do governo federal afirmam que, desde os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o uso das Forças Armadas em GLOs passou a ser considerado mais delicado. À época, chegou-se a debater a aplicação desse recurso, mas a medida foi descartada diante do cenário de tensão institucional envolvendo os militares.

Em novembro passado, a autorização para GLO durante a cúpula do G20 também foi emitida com pouco tempo de antecedência, o que obrigou os envolvidos no planejamento de segurança a adotarem estratégias rápidas de execução.