Luciana Santos: BRICS deseja cabo de fibra óptica submarino próprio
Segundo a ministra, 'a conexão direta dos países do BRICS vai permitir maior velocidade e mais segurança para a transmissão de dados do Sul Global'
247 - A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou que o BRICS estuda a viabilidade de um cabo de fibra óptica submarino próprio do grupo. Segundo a titular da pasta, “a conexão direta dos países do BRICS vai permitir maior velocidade, menor latência, mais estabilidade e segurança para a transmissão de dados do Sul Global."
A BRICS é um "espaço privilegiado de avanço científico-tecnológico, que evidencia a transformação na ordem internacional." A ministra também comentou a Cúpula do BRICS, marcada para 6 e 7 de julho no Rio. O bloco deve discutir "desenvolvimento ecológico, equidade, inclusão e fortalecimento do Sul Global", acrescentou Luciana. Os relatos da ministra, concedidos nessa terça-feira (1), foram publicados pela Sputnik.
O Brics é formado por 11 países - Brasil, China, Índia, Rússia, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia, Indonésia e Irã). O bloco tem, ainda, dez países parceiros - Belarus, Bolívia, Cuba, Uzbequistão, Tailândia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Uganda e Vietnã.
Segundo comunicado do bloco, a participação do BRICS no PIB mundial foi 39% aproximadamente em 2023. A corrente de comércio do Brasil com o BRICS totalizou USD 210 bilhões, representando 35% do total em 2024. BRICS foi o destino de USD 121 bilhões das exportações brasileiras, representando 36% do total exportado pelo Brasil em 2024 (Fonte: ComexVis); BRICS foi a origem de USD 88 bilhões das importações brasileiras, representando 34% do total importado pelo Brasil em 2024, apontaram números da ComexVis.
O bloco representa cerca de 48,5% da população do planeta. Em termos territoriais, o BRICS representa aproximadamente 36% do total; Aproximadamente 72% das reservas mundiais de minerais de terras raras; 43,6% da produção mundial de petróleo, conforme a Agência Internacional de Energia. O BRICS também corresponde a 36% da produção mundial de gás natural e 78,2% da produção global de carvão mineral.
A presidência do Brics é rotativa e tem duração de um ano. A presidência Brasileira do BRICS começou em janeiro de 2025 e se concentrará em duas prioridades: a Cooperação do Sul Global e as Parcerias BRICS para o Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental.
No âmbito dessas prioridades, o Brasil propõe concentrar atenção política em seis áreas centrais:
A - Cooperação em Saúde Global: incentivar projetos concretos de cooperação entre as nações do BRICS para promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo em vários setores, particularmente na saúde, para garantir o acesso a medicamentos e vacinas; lançar a Parceria BRICS para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas e Doenças Tropicais Negligenciadas;
B – Comércio, Investimentos e Finanças: considerar a governança e a reforma dos mercados financeiros, as moedas locais, e os instrumentos e plataformas de pagamento como meio de aumentar e diversificar os fluxos comerciais, financeiros e de investimentos; fazer avançar a Parceria para a Nova Revolução Industrial e adotar a Estratégia 2030 para a Parceria Econômica dos BRICS;
C - Mudança do Clima: adotar uma Agenda de Liderança Climática do BRICS, incluindo uma Declaração-Quadro dos Líderes sobre Financiamento Climático visando a orientar mudança estrutural no setor financeiro;
D – Governança da Inteligência Artificial: promover uma governança internacional inclusiva e responsável da inteligência artificial, a fim de destravar o potencial dessa tecnologia para o desenvolvimento social, econômico e ambiental;
E – Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança: promover uma reforma abrangente da arquitetura multilateral de paz e segurança, a fim de garantir atuação eficaz no enfrentamento de conflitos, evitar catástrofes humanitárias e impedir a eclosão de novas crises; reconstruir a confiança e o entendimento mútuos, retomar a diplomacia e promover soluções pacíficas para conflitos e disputas;
F - Desenvolvimento Institucional: melhorar a estrutura e a coesão do BRICS.
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