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Presidência deixa Brasil em posição de definir prioridades do Brics

País é o líder e sedia encontro do bloco em 2025

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro dos Brics, na África do Sul, em 2023 (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)
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Carolina Pessôa - Agência Brasil - Ao assumir a presidência do Brics em 2025, o Brasil tem a oportunidade de comandar a agenda de debates e definir prioridades para o bloco, com grande influência no desenvolvimento e na cooperação entre os países membros. Além disso, ganha destaque no cenário internacional, com o aumento da influência e parcerias estratégicas.

O agrupamento é formado por 11 países (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã) e representa um dos principais foros de articulação político-diplomática dos países do Su Global, com foco na cooperação em diversas áreas. Juntos, os países do bloco contam com mais de 40% da população global e 37% do PIB mundial por poder de compra.

As prioridades do Brasil nas discussões são cooperação em saúde global; comércio, investimentos e finanças; mudança climática; governança e inteligência artificial; arquitetura multilateral de paz e segurança e desenvolvimento institucional.

A Cúpula do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro em 6 e 7 de julho, sucede o G20, realizado em novembro do ano passado. A expectativa é que o país repita a bem-sucedida realização, como explica Evandro Carvalho, professor da FGV Direito Rio.

“Eu não tenho a menor dúvida que será bem-sucedido porque se houve já uma experiência como o anfitrião de uma reunião como o G20, de altíssima complexidade porque reúne países com interesses bastante divergentes e no entanto transcorreu bem, essa cúpula dos Brics envolve um número menor de países e a construção do consenso me parece que será mais viável”.

Para o professor, entre os temas de destaque estarão a desdolarização, o uso das moedas nacionais e da inteligência artificial e o compartilhamento de tecnologia entre os países. O professor também reforça a importância da realização deste evento no Brasil.

“Seguramente o país que sedia ele já tem algumas vantagens próprias, que é a definição da agenda. O país que sedia define os temas que considera importantes para a cúpula do Brics, claro que isso também até é consultado com os demais países, os demais governos. Mas a realidade é que o Estado que sedia, que preside, que define os temas que considera prioritários”

O especialista destaca ainda o legado que o evento pode deixar para o país.

“Eu acho que em primeiro lugar a consolidação de um compromisso do Brasil com essa agenda dos países em desenvolvimento. E um país mais ativo, acho que o Brasil ficou em um determinado momento com uma política externa em relação aos Brics mais reativa, pouco criativa, e talvez o Brasil mostre agora que está comprometido com a agenda dos Brics”.

O Brics conta ainda com a modalidade de países parceiros, criada no ano passado. Nela, países são convidados a participar da Cúpula de Chanceleres e de Líderes do Brics, e podem estar presentes em outras reuniões se houver consenso entre os membros. Atualmente, os parceiros são Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

O Brasil também se prepara para receber, em novembro, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP 30. O encontro será sediado em Belém, no Pará.

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