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Irã desmascara acusações dos EUA e de Israel sobre fabricação de arma nuclear e denuncia ataques ilegais

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirma que o programa nuclear iraniano é pacífico, critica agressões de Washington e Tel Aviv

Irã, EUA, programa nuclear (Foto: Reuters)
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247 - Teerã voltou a rejeitar categoricamente as acusações dos Estados Unidos, de Israel e da mídia monopolista ocidental de que estaria desenvolvendo armas nucleares em segredo. Em entrevista concedida à emissora RT no sábado (28), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, afirmou que não há qualquer indício de “enriquecimento de armas” no país e classificou as recentes agressões israelenses e norte-americanas contra instalações nucleares iranianas como “ataques perigosos e injustificáveis”.

Baghaei desmascarou as alegações do governo israelense, que insiste em apontar o Irã como uma suposta ameaça nuclear para a região. “Acho que o Irã deixou claro nas últimas duas ou três décadas que não busca armas nucleares”, afirmou o porta-voz. “Nunca houve enriquecimento de armas no Irã. Por favor, analisem os relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e me mostrem uma única pista ou evidência de que o programa nuclear iraniano esteja se desviando de propósitos pacíficos.”

Os relatórios recentes da própria AIEA reforçam a posição iraniana. Segundo Baghaei, o diretor-geral do órgão internacional, Rafael Grossi, declarou publicamente que a agência “não encontrou nenhuma evidência de um esforço sistemático do Irã para desenvolver armas nucleares”. Ainda assim, o diplomata iraniano criticou o que classificou como a postura ambígua e complacente da AIEA diante das agressões sofridas por Teerã.

Ataques ilegais e silêncio da AIEA

Na última semana, o Irã sofreu novos bombardeios a instalações relacionadas ao seu programa nuclear, atribuídos a Israel e aos Estados Unidos. As ofensivas, segundo Teerã, violam flagrantemente o direito internacional e o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), ao qual o país é signatário.

“O que se espera da AIEA e de seu Conselho de Governadores é que permaneçam leais às suas responsabilidades e mandatos, condenando, de forma inequívoca, os ataques dos regimes americano e israelense às nossas instalações nucleares”, ressaltou Baghaei. Para ele, o silêncio ou a tibieza do organismo internacional diante dessas violações enfraquecem sua credibilidade e alimentam a escalada de tensões no Oriente Médio.

Direito soberano ao uso pacífico da energia nuclear

O porta-voz reiterou que o Irã continuará exercendo seu direito soberano ao uso pacífico da energia nuclear, direito garantido pelo próprio TNP. Ele também denunciou o que chamou de “interpretação perigosa e imperialista” do tratado por parte dos Estados Unidos.

“Os EUA estão oferecendo uma interpretação muito perigosa do TNP – que os Estados em desenvolvimento não têm o direito de usar energia nuclear para fins pacíficos. Isso não é aceitável para nenhum membro responsável e decente do TNP”, afirmou.

Como resposta às provocações e ataques, o Parlamento iraniano aprovou, nesta semana, um projeto de lei para suspender a cooperação com a AIEA. A decisão reflete o sentimento de frustração da sociedade iraniana diante do que considera uma instrumentalização do órgão internacional por potências ocidentais para justificar agressões contra o país.

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