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'Fortalecimento do uso de moedas tornou-se a característica marcante do Banco dos BRICS', diz Lula

Presidente destaca papel do NDB na promoção da soberania financeira e no financiamento de projetos estratégicos para os países do Sul Global

Lula - 04/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Guilherme Levorato avatar
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247 - Durante encontro em celebração aos 10 anos do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel estratégico da instituição na consolidação de uma nova arquitetura financeira internacional. Segundo ele, o fortalecimento do uso de moedas locais entre os países-membros tornou-se "a característica marcante do banco", consolidando uma alternativa viável às estruturas dominadas pelas potências tradicionais.

Criado pelos países do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, o NDB nasceu com o objetivo de suprir o déficit histórico de financiamento ao desenvolvimento sustentável, diante da paralisia e das limitações das reformas nas instituições multilaterais clássicas. "A decisão de criar o NDB foi um marco na decisão conjunta dos países emergentes", afirmou Lula.

Governança baseada na igualdade e soberania nacional - Lula elogiou o modelo de governança do NDB, que rompe com a lógica assimétrica das instituições financeiras ocidentais. "Em vez de aprofundar disparidades, o NDB assenta sua governança na igualdade de vozes e voto", ressaltou. Segundo ele, ao contrário de bancos que impõem condicionalidades rígidas, o NDB atua financiando projetos que respeitam e refletem as prioridades de cada país.

O presidente ressaltou que 31% dos projetos do banco já são realizados nas moedas dos próprios países-membros, o que contribui para reduzir a dependência do dólar e reforçar a autonomia financeira. Essa característica se consolida, segundo Lula, como um marco do banco e um passo importante rumo à soberania econômica dos países do Sul Global.

Avanços recentes e protagonismo brasileiro - Lula também destacou o impacto do novo mecanismo de garantias multilaterais dos BRICS, implementado durante a presidência rotativa do Brasil no bloco. Segundo ele, a medida amplia a capacidade do banco de atrair capital privado e de mitigar riscos, aprofundando sua atuação em áreas estratégicas.

No Brasil, os recursos do NDB já financiaram mais de 20 projetos em diversas regiões e setores, com investimentos que ultrapassam os US$ 3,5 bilhões. Lula também anunciou o interesse brasileiro em que o banco financie estudos de viabilidade para a instalação de um cabo submarino de comunicação que conecte os países dos BRICS, reforçando a soberania digital e a velocidade na troca de dados.

Alternativa viável em meio à crise global - Diante do agravamento das tensões geopolíticas, da emergência climática e do retorno de políticas protecionistas, o presidente reforçou o papel essencial do banco como instrumento para reduzir vulnerabilidades e ampliar a resiliência das economias emergentes.

"Nossa instituição é mais do que um grande banco para países emergentes. Ela é a comprovação de que uma arquitetura financeira reformada e viável é possível. Um novo modelo de desenvolvimento mais justo é possível", afirmou Lula, defendendo o NDB como peça central na construção de uma ordem internacional mais equitativa e solidária.

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