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Em ligação, Trump e Netanyahu planejam expansão dos Acordos de Abraão após ataque ao Irã

Líderes discutiram transição em Gaza, novos pactos com países árabes e reconhecimento de soberania israelense na Cisjordânia

O presidente dos EUA, Donald Trump, encontra-se com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no Salão Oval da Casa Branca em Washington, EUA, 4 de fevereiro de 2025 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - Logo após o bombardeio norte-americano contra instalações nucleares iranianas, uma ligação telefônica a quatro vias reuniu o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Estado Marco Rubio, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer. 

Segundo informações divulgadas pelo jornal Israel Hayom, uma fonte com conhecimento direto do conteúdo da conversa descreveu o clima como de “euforia” entre os participantes.

A exaltação entre os líderes não se limitava ao êxito da operação militar com bombardeiros B-2. O entusiasmo também refletia o otimismo com relação aos desdobramentos estratégicos que pretendem impulsionar a partir de agora. Trump e Netanyahu chegaram a um entendimento básico sobre a expansão dos Acordos de Abraão e se mostraram decididos a avançar rapidamente com novos pactos de paz envolvendo nações árabes.

Fim da guerra em Gaza e nova administração

A ofensiva em Gaza, de acordo com o plano delineado, deve ser encerrada em até duas semanas. O encerramento das hostilidades incluiria a substituição do Hamas por uma administração composta por quatro países árabes, entre eles Egito e Emirados Árabes Unidos. A cúpula remanescente do Hamas seria exilada, enquanto os reféns seriam libertos. Paralelamente, diversas nações estariam dispostas a acolher habitantes de Gaza que optarem por emigrar.

Reconhecimento de Israel e contrapartidas

Com base nas conversas reveladas pelo Israel Hayom, o plano inclui um alargamento dos Acordos de Abraão com a adesão de países como Síria e Arábia Saudita, além de outros Estados árabes e muçulmanos, que reconheceriam oficialmente Israel e estabeleceriam relações diplomáticas. Como contrapartida, o governo israelense se comprometeria a declarar abertura para um futuro acordo de dois Estados com os palestinos, desde que a Autoridade Palestina seja reformada.

Outro ponto-chave seria o reconhecimento, por parte dos EUA, de uma aplicação limitada da soberania israelense sobre partes da Cisjordânia, especificamente as regiões chamadas por Israel de Judeia e Samaria.

Pressão e desconfortos diplomáticos

Apesar da convergência estratégica, o Israel Hayom também reportou que Trump exerceu forte pressão sobre Netanyahu para encerrar as operações em Gaza, inclusive antes da chamada “Operação Leão Ascendente”. Essa pressão teria sido retomada após o fim da ofensiva. No entanto, uma outra fonte ouvida pela publicação alegou desconhecer essa pressão específica.

Segundo o jornal, o temor de que o plano de paz fracassasse teria sido um dos motivos da indignação de Trump com os ataques israelenses realizados após o anúncio de cessar-fogo com o Irã. Durante a conversa em que exigiu que Netanyahu interrompesse os bombardeios, Trump teria demonstrado perplexidade diante da possibilidade de o premiê israelense comprometer toda a arquitetura de paz elaborada entre eles por causa de “um míssil iraniano menor”.

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