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Breno Altman vê derrota tática de Israel e recuo dos EUA com cessar-fogo entre Irã e Israel

Para o jornalista, objetivo de Netanyahu e Trump de “mudar o regime” iraniano fracassou, e Irã resistiu “sozinho e combatendo”

(Foto: Brasil247)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – O jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi, classificou o cessar-fogo entre Irã e Israel como uma “derrota tática do regime sionista” e um “recuo dos Estados Unidos”. A declaração foi publicada em suas redes sociais nesta terça-feira (24), um dia após o presidente norte-americano Donald Trump anunciar a trégua entre as duas nações, que estiveram envolvidas em 12 dias de intensos combates no Oriente Médio.

“O cessar-fogo foi uma derrota tática do regime sionista e um recuo dos Estados Unidos, pois o objetivo declarado de Netanyahu e Trump era ‘mudar o regime’ no Irã”, afirmou Altman. O jornalista destacou que, apesar do isolamento internacional e da disparidade militar, o Irã conseguiu resistir. “O cenário é muito instável, mas a República Islâmica, mesmo lutando sozinha, conseguiu se manter de pé e combatendo”, completou.


Resistência iraniana e fracasso da ofensiva

As observações de Altman ecoam análises recentes sobre os resultados limitados da ofensiva coordenada entre Israel e os Estados Unidos. Embora Trump tenha afirmado que os bombardeios americanos “obliteraram” o programa nuclear iraniano, avaliações preliminares de inteligência contradizem essa versão, indicando que as instalações subterrâneas permaneceram parcialmente intactas e que o atraso ao programa nuclear teria sido de apenas um ou dois meses.

Israel, por sua vez, declarou ter concluído todos os objetivos da sua operação militar. No entanto, o Irã celebrou o cessar-fogo como uma vitória estratégica, ao obrigar Israel a suspender suas ações militares e ao demonstrar sua capacidade de resposta mesmo após severos ataques a centros nucleares e bases militares.

Isolamento e sobrevivência

Altman também chamou atenção para o fato de o Irã ter enfrentado o conflito praticamente sem aliados. Com o Hezbollah e outros grupos pró-Irã sob forte vigilância, a República Islâmica agiu de maneira isolada, mas ainda assim impôs custos significativos à aliança EUA-Israel, inclusive com o inédito bombardeio da base americana de Al Udeid, no Catar, que marcou a entrada formal de Teerã na confrontação direta com Washington.

O jornalista aponta que, embora o desfecho do conflito ainda seja incerto e o ambiente permaneça volátil, a capacidade de resistência do Irã reforça sua posição regional e expõe os limites da estratégia de mudança de regime articulada por Netanyahu e Trump.

Um novo momento diplomático?

Após o anúncio do cessar-fogo, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian sinalizou disposição para negociar com os Estados Unidos, desde que com base nas normas do direito internacional. A iniciativa foi revelada em telefonema com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, reforçando a possibilidade de que Riad desempenhe papel de mediação entre Washington e Teerã.

Diante desse cenário, as declarações de Breno Altman refletem uma leitura crítica do intervencionismo ocidental e sublinham a resiliência de Estados que desafiam o sistema internacional liderado pelos EUA. “Mesmo lutando sozinha, a República Islâmica conseguiu se manter de pé e combatendo” — sua avaliação resume a percepção de que o Irã não apenas sobreviveu, mas também saiu politicamente fortalecido do confronto.

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