Ataques de colonos na Cisjordânia terminam em massacre promovido por soldados israelenses
Em meio ao luto, funeral de adolescente palestino é invadido com tiros e incêndios; exército matou quatro pessoas em Kafr Malik
247 - As tensões entre palestinos e colonos israelenses voltaram a se intensificar na Cisjordânia ocupada desde o início da guerra contra o Irã. De acordo com a RFI, sucessivos ataques de colonos têm provocado confrontos violentos, culminando na ação letal do exército israelense contra civis palestinos.
Na quarta-feira (25), quatro palestinos foram mortos por tiros de soldados israelenses no vilarejo de Kafr Malik, ao norte de Ramallah. Uma das vítimas tinha apenas 13 anos. É a segunda vez em uma semana que a comunidade local enterra seus mortos, vitimados pela ocupação militar.
Jaffar Hamayel testemunhou o assassinato de três palestinos pelo exército e relatou o momento: “Os colonos vieram e aproveitaram nosso luto, já que estávamos chorando por um mártir”.
Durante o funeral do menino Ammar Hamayel, os colonos israelenses incendiaram casas e veículos. Em resposta, o exército abriu fogo — alegando que havia sido atacado por tiros dos moradores.
Mas a versão é contestada por quem presenciou a cena. “Não houve nenhum tiro do nosso lado, e três pessoas foram baleadas bem ao meu lado. Eles começaram a atirar para matar, miravam na cabeça ou no pescoço”, relatou Qaher Al Naji, visivelmente abalado. Um de seus filhos ficou ferido; o outro, Mohammad, de 20 anos, foi morto pelos soldados.
Diante do corpo do filho envolto em uma bandeira palestina, Qaher desabafou: “Ficamos chocados ao ver o exército ajudando os colonos. As pessoas que feriram e mataram os jovens não foram os colonos; os moradores estavam conseguindo contê-los... E então o exército iniciou um massacre”.
Ainda segundo a reportagem, vídeos feitos no local mostram militares israelenses disparando contra palestinos desarmados. Para um jovem amigo das vítimas, a cumplicidade do exército com os colonos tem incentivado uma violência indiscriminada. “Eles nos tratam todos como inimigos — seja uma criança, uma senhora idosa, um homem velho ou um bebê. Eles pensam que um bebê se tornará uma ameaça futuramente, então decidem matá-lo agora”, declarou.
O sentimento de abandono é generalizado. “Ninguém está aqui para nos defender — nem a Autoridade Palestina, nem os países árabes, nem o resto do mundo”, lamentou um morador da vila.
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