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União Europeia segue em busca de acordo com EUA para manter tarifa de 10% e evitar alta em agosto

Bloco tenta garantir alívio a setores estratégicos antes do prazo de 1º de agosto, enquanto Trump endurece retórica comercial

Bandeiras dos EUA e da União Europeia (Foto: Reuters/Dado Ruvic/Illustration)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - A União Europeia intensificou, nesta semana, as negociações com os Estados Unidos para concluir um acordo comercial preliminar que preserve a tarifa de 10% atualmente aplicada sobre exportações europeias. O objetivo é impedir que, a partir de 1º de agosto, esse percentual salte para 50%, como determinado em novas diretrizes do governo norte-americano presidido por Donald Trump. As informações são da agência Bloomberg.

Segundo fontes familiarizadas com as tratativas, o bloco europeu busca isenção da tarifa para produtos considerados estratégicos, como aeronaves, peças de aviões, vinhos e bebidas destiladas. Espera-se que um acordo em princípio conceda algum tipo de alívio tarifário a essas categorias.

O tema foi discutido na segunda-feira (7) pela Comissão Europeia com representantes dos Estados-membros, conforme apurou a Bloomberg. Um porta-voz da comissão, no entanto, preferiu não comentar as tratativas em curso.

Na véspera, os EUA anunciaram o adiamento para o início de agosto da entrada em vigor de tarifas universais previstas inicialmente para 9 de julho. Sem um acordo, praticamente todas as exportações da UE estariam sujeitas a elevação imediata de alíquotas para 50%.

Setores em risco e impasses tarifários

A UE também tenta convencer Washington a aplicar cotas ou exceções para contornar tarifas já em vigor, como os 25% sobre automóveis e autopeças, e os 50% sobre aço e alumínio. Até o momento, não houve avanço significativo nesses pontos. Ainda assim, uma possível saída está sendo discutida: um “mecanismo de compensação” que permitiria que fabricantes instalados nos EUA exportassem certa quantidade de veículos sem incidência tarifária.

A proposta, porém, levanta preocupações. Autoridades europeias temem que ela incentive a migração de investimentos e produção para o território americano.

Qualquer pacto inicial entre as partes deve ser breve e sem força legal obrigatória. Além das tarifas, os dois lados também discutem temas como barreiras não tarifárias, comércio digital e segurança econômica.

Resposta europeia e divisão interna

O governo Trump, no comando de seu segundo mandato, vem aplicando tarifas a praticamente todos os principais parceiros comerciais dos EUA, sob a justificativa de proteger a indústria doméstica, financiar cortes tributários e enfrentar práticas comerciais que considera abusivas.

A UE, por sua vez, já aprovou tarifas retaliatórias sobre €21 bilhões (US$ 24,6 bilhões) em bens norte-americanos, prontas para serem aplicadas rapidamente caso Washington mantenha as penalidades. Esses alvos incluem produtos de estados politicamente sensíveis, como soja da Louisiana — reduto do presidente da Câmara dos EUA, Mike Johnson — além de frangos, motos e alimentos processados.

O bloco também prepara nova lista de tarifas, estimada em €95 bilhões, para reagir à ampliação das tarifas setoriais sobre carros e metais. Os alvos incluem aviões da Boeing, automóveis fabricados nos EUA e uísques como o bourbon. A UE consulta seus membros sobre medidas estratégicas adicionais, que podem ultrapassar o campo tarifário e incluir restrições em contratos públicos e exportações de bens essenciais.

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