Ricupero classifica tarifa de Trump como 'agressão econômica seríssima' e cobra reação de Lula 'no mesmo nível'
Ex-ministro da Fazenda critica intervenção de Trump como violação da soberania e diz que Brasil deve responder com firmeza
247 - O ex-embaixador do Brasil na Itália e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero classificou como a mais grave crise nas relações entre Brasil e Estados Unidos a imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente americano Donald Trump. Em entrevista ao Estado de S. Paulo, Ricupero afirmou que a medida representa uma “intervenção inaceitável contra a soberania nacional” e exige uma resposta recíproca do governo brasileiro.
“O fato é extremamente grave, o mais grave nas relações entre os dois países pelas seguintes razões: partiu do próprio presidente Trump, a mais alta autoridade dos Estados Unidos. Não foi mera declaração em rede social, mas uma carta dirigida diretamente ao presidente Lula. Começa por uma intervenção inaceitável contra a soberania nacional, o que justifica, a meu ver, devolver a mensagem”, disse Ricupero.
Segundo o ex-ministro, o aumento tarifário configura uma “agressão econômica seríssima”, que inviabiliza as exportações brasileiras e tem como motivação política a defesa de Jair Bolsonaro (PL), condenado pela Justiça. “Além da agressão política e da tomada de posição em favor de um condenado pela Justiça brasileira, também configura uma agressão econômica seríssima. A tarifa punitiva de 50% inviabiliza qualquer exportação brasileira aos Estados Unidos e obriga o Brasil a reagir no mesmo nível”, declarou.
A resposta oficial do governo brasileiro veio na noite de quarta-feira (9), por meio de nota assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica. A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo”, afirmou Lula.
A nota foi divulgada após reunião de emergência convocada pelo presidente, que contou com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, além dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
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