Deputado da bancada do agro cobra reação ao tarifaço de Trump: "ou o Brasil se ajoelha ou enfrenta"
"Não é uma questão de direita, centro ou esquerda. É uma questão de defender a soberania do nosso País", disse Fausto Pinato
247 - A escalada diplomática entre Brasil e Estados Unidos provocada pela imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros gerou reações contundentes de representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) afirmou nesta quinta-feira (10) que o embate comercial iniciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, não deve ser tratado como uma disputa ideológica, mas como uma questão de soberania nacional.
“O agronegócio será um dos setores mais impactados por essa decisão. Não é uma questão de direita, centro ou esquerda. É uma questão de defender a soberania do nosso País. Ou o Brasil se ajoelha ou enfrenta”, disse Pinato à Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo,.
A medida adotada por Trump, que está em seu segundo mandato à frente da Casa Branca, foi oficializada na quarta-feira (9) por meio de uma carta enviada ao governo brasileiro. No documento, o líder estadunidense acusa o Brasil de perseguir Jair Bolsonaro (PL) réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, e critica decisões da corte contra empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
A ofensiva comercial tem sido usada por aliados de Bolsonaro para pressionar o Congresso Nacional. O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-mandatário, afirmou que a sobretaxa imposta por Trump deve motivar a aprovação de uma anistia ao pai. Eduardo se licenciou do mandato e se mudou para os Estados Unidos, de onde vem articulando sanções contra integrantes do judiciário braileiro junto ao governo de Donald Trump.
A tensão também aumentou com a intimação do ministro Alexandre de Moraes pela Justiça da Flórida, nos Estados Unidos. O processo foi movido pelas empresas Rumble e Trump Media & Technology Group, ligadas ao presidente norte-americano, sob a acusação de censura a conteúdos publicados no Brasil.
O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), também integrante da FPA, reforçou a necessidade de separar a disputa política das consequências econômicas. “É preciso ter pragmatismo e não se deixar levar pelo acirramento político. Estamos falando da vida das pessoas: uma coisa é a razão econômica e outra é a razão do mundo político”, declarou. Forte ainda alertou: “O País precisa digerir essa situação, até porque existe muita bravata por parte dos EUA, como temos visto. É preciso agir para não condenarmos as empresas e os empregos, e a economia de modo geral, por conta de uma disputa política. Isso tem que ficar muito claro, pois é um jogo de perde-perde”.
A FPA também se manifestou em nota oficial, chamando a medida de Trump de “alerta ao equilíbrio das relações comerciais e políticas entre os dois países”. O grupo parlamentar reiterou a necessidade de fortalecer o diálogo diplomático: “A FPA reitera a importância de fortalecer as tratativas bilaterais, sem isolar o Brasil perante as negociações. A diplomacia é o caminho mais estratégico para a retomada das tratativas”.
Os reflexos econômicos mais imediatos da decisão norte-americana atingem setores centrais da balança comercial brasileira, como o café e a carne bovina. Segundo o advogado tributarista Luís Garcia, do escritório MLD Advogados, “a tarifa representa um duro golpe para as exportações brasileiras, especialmente do agronegócio e de setores ligados a commodities”.
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