"Há um interesse econômico, político e criminal por trás da desinformação", diz Moraes
Ministro também criticou a opacidade dos algoritmos que controlam as redes sociais
247 – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou, nesta quarta-feira (25), que há interesses econômicos, políticos e criminais por trás da propagação da desinformação. A declaração foi feita durante a participação do magistrado no evento internacional Global Fact, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
"Quando nós tratamos do discurso de ódio, precisamos observar que, por trás dos fenômenos do discurso, há uma vantagem política. A ação que levou ao 8 de janeiro [de 2023] não começou com o anúncio da 'Festa da Selma'. A 'festa', que foi um grande chamado nas redes sociais, foi monetizada pelas redes sociais. Há aí um interesse econômico, político e criminal por trás da desinformação", disse Moraes.
O ministro também criticou a opacidade dos algoritmos que controlam as redes sociais.
"Nós sabemos que existe o algoritmo, e ele é controlado de forma secreta, de forma totalmente opaca, por quem detém a tecnologia. A sociedade não tem acesso. Quando nós falamos de regulação, nós estamos falando da necessidade que a sociedade deve ter de se apropriar, de forma científica, daquilo que é mais importante desse processo, que é a tecnologia", defendeu.
Para Moraes, confiar apenas na autorregulação das empresas de tecnologia não é suficiente. Ele comparou as plataformas digitais a outros setores regulados pelo Estado, como o de medicamentos e o transporte público.
"Nenhuma tecnologia que possa causar risco à sociedade está imune ao controle do Estado. O medicamento está sujeito ao controle do Estado, o transporte coletivo e as atividades que demandam tecnologia intensiva estão sujeitas à regulação. Eu não acredito que este tema possa ser tratado a partir de uma perspectiva de autorregulação. As plataformas, durante todo o seu tempo de atuação no mundo e no Brasil, não mostraram que são dignas da confiança necessária para a autorregulação", completou o ministro.
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