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Alcolumbre alerta Lula sobre clima de "guerra de classes" e cobra fim de ataques ao Congresso

Presidente do Senado critica vídeos anônimos contra Hugo Motta e diz que polarização entre ricos e pobres ameaça a democracia

Davi Alcolumbre (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)
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247 - Em meio às tensões entre Executivo e Legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou um agradecimento ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pela aprovação de medidas provisórias nos últimos dois dias. A mensagem, foi transmitida pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP). 

Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, durante o diálogo com Randolfe, Alcolumbre se mostrou disposto a retomar as negociações com o governo, mas classificou como perigosa a atuação de setores ligados ao PT e ao próprio governo que, de acordo com ele, estariam incentivando ataques ao Congresso e estimulando uma “guerra de classes”. O senador também teria afrmado que esse tipo de campanha representa um risco para a democracia.

Randolfe comprometeu-se a transmitir a Lula as preocupações manifestadas por Alcolumbre. Interlocutores relataram que o presidente do Senado avalia negativamente o uso das redes sociais para alimentar um clima de confronto, o que, segundo ele, só contribui para aprofundar divisões no país. “O governo tem todo o direito de defender a ‘justiça tributária’, mas não criando um clima de divisão no país entre ricos e pobres”, teria dito Alcolumbre, em relação a tensão gerada pela derrubada do decreto presidencial que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

Mais cedo, Alcolumbre já havia recebido o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. A reunião, solicitada por Durigan, visava reabrir o canal de negociação entre Executivo e Legislativo. No encontro, o presidente do Senado reforçou estar aberto ao diálogo, mas reiterou críticas à postura de confronto adotada por aliados do governo, especialmente contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A crítica ganhou ainda mais força após a circulação de vídeos nas redes sociais, supostamente produzidos com uso de inteligência artificial, que retratam Motta de forma depreciativa. Nas peças, sem identificação de autoria, o parlamentar é chamado de “Hugo Não se Importa”, aparecendo em eventos com empresários ricos enquanto “ri dos pobres”.

A ofensiva digital gerou forte reação. Irritado, Motta cobrou providências e, diante da pressão, os articuladores políticos de Lula se apressaram em defendê-lo publicamente. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, usou as redes sociais para afrmar que “o debate, a divergência, a disputa política fazem parte da democracia. Mas nada disso autoriza os ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, o que repudio”. 

Na mesma linha, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), destacou que “apesar do revés enfrentado recentemente pelo governo na votação do IOF, isso não pode ser usado como justificativa para ataques pessoais dirigidos a Hugo Motta”. Guimarães também defendeu a continuidade do debate sobre a reforma tributária, ressaltando que a bandeira do governo é contra desigualdades estruturais, e não contra indivíduos. “Nossa luta não se dirige contra indivíduos, mas em favor de princípios e propostas”, concluiu.

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