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Universidade pública, inovação e Sul Global: Medronho reafirma papel da UFRJ na transição energética

Reitor Roberto Medronho defende sustentabilidade, cooperação com a China e fortalecimento do multilateralismo

Roberto Medronho, reitor da UFRJ (Foto: Brasil 247)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Durante o evento “A transição energética e a sustentabilidade do futuro”, promovido pelo BNDES, com apoio do Brasil 247 e do site chinês Guancha, no último dia 9 de julho, no Rio de Janeiro, o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, apresentou a visão da instituição para um desenvolvimento sustentável e soberano. Em sua fala, Medronho defendeu o papel central da universidade pública na transformação do Brasil por meio da educação, ciência e inovação.

 “O papel da universidade no desenvolvimento nacional é absolutamente crítico, fundamental”, afirmou o reitor logo no início de sua intervenção, elogiando as participações anteriores do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e do embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao.

Política de sustentabilidade e educação regenerativa

Medronho destacou que uma de suas primeiras ações ao assumir a reitoria, em julho de 2023, foi a criação de uma política de sustentabilidade e educação regenerativa na UFRJ. O programa é coordenado pelo professor Francisco de Assis Esteves, do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade, e integra todas as unidades acadêmicas da universidade.

Com cerca de 70 mil alunos, 5 mil docentes e 12 mil técnicos-administrativos, a UFRJ se apresenta como um centro estratégico de articulação para projetos de transição energética e inovação tecnológica, incluindo experiências nacionais e internacionais em sustentabilidade.

 “Nossa missão não é apenas formar profissionais para o mercado de trabalho, isso é muito pouco. Nosso primeiro papel é formar cidadãos capazes de transformar a realidade”, pontuou Medronho.

Parque tecnológico, inovação e parceria com a China

Outro eixo da fala do reitor foi a atuação do parque tecnológico da UFRJ, que busca consolidar um ecossistema de inovação alinhado ao desenvolvimento sustentável. Ele destacou a nomeação do professor Romildo Toledo, da COPPE, para liderar esse processo, e lembrou o papel histórico da universidade na descoberta e exploração do pré-sal — agora voltado à transição energética.

Entre os exemplos concretos apresentados por Medronho estão projetos com biomateriais, eficiência energética, construções com bambu, e mobilidade com hidrogênio verde, como as bicicletas e ônibus movidos a essa tecnologia já em operação em Maricá (RJ).

 “Nós temos uma produção muito interessante de bicicletas movidas a hidrogênio, e esse ônibus movido a hidrogênio verde já está em implantação em Maricá”, relatou.

Além disso, a UFRJ tem aprofundado suas parcerias com a China, incluindo acordos com a empresa SINOC, que deverá instalar um centro de inovação em energia eólica offshore no parque tecnológico da universidade. Um túnel de vento está previsto nesse projeto, reforçando a vocação da UFRJ para liderar pesquisas em energia do futuro.

Oceanos, bioeconomia e fertilizantes sustentáveis

O reitor também destacou a importância dos oceanos para a regulação climática e a contribuição da universidade com o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas. O tanque oceânico da UFRJ, um dos mais profundos do mundo, utilizado originalmente nas pesquisas sobre o pré-sal, agora serve a experimentos com energia eólica offshore.

Em parceria com o SENAI, a universidade atua em projetos de bioeconomia, descarbonização e rejeição de gases na exploração de petróleo. Um dos destaques é o desenvolvimento, junto à BRAP, de um Centro Nacional de Fertilização, com foco em reduzir emissões de CO₂ na produção de fertilizantes.

Fortalecimento do Sul Global e inspiração chinesa

Medronho concluiu sua fala com uma defesa firme da inserção da UFRJ e do Brasil no contexto do Sul Global, ressaltando a relevância do multilateralismo e das alianças entre países em desenvolvimento. Ele lembrou que a UFRJ sediou o segundo fórum de reitores das universidades dos BRICS, com participação de delegações da China, Indonésia e outros países do bloco, e já firmou um acordo de cooperação com uma das maiores universidades indonésias.

 “Estamos alinhados com o presidente Lula no fortalecimento do Sul Global, do multilateralismo e da construção de um mundo mais saudável, mais sustentável, mais fraterno e mais justo”, afirmou, sendo aplaudido pela plateia.

A fala de Medronho reafirma o protagonismo da universidade pública como motor da inovação e da transformação social, articulando pesquisa científica, cooperação internacional e compromisso com o desenvolvimento sustentável. Assista:

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