247 - Prestes a embarcar rumo à Argentina nesta quarta-feira (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou formalmente à Justiça argentina uma autorização para visitar a ex-presidente Cristina Kirchner, que cumpre prisão domiciliar em seu apartamento na capital Buenos Aires, informa o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/07/02/lula-pede-a-justica-argentina-para-visitar-cristina-kirchner-em-prisao-domiciliar-na-argentina-diz-jornal.ghtml">O Globo</a>.
Cristina, condenada a seis anos de prisão no processo conhecido como "Vialidad" - marcado por lawfare -, está em regime domiciliar no bairro Constitución, sob rígidas restrições. Conforme as regras definidas para o cumprimento da pena, apenas familiares, advogados, médicos e agentes da custódia podem entrar em sua residência — qualquer outra visita precisa ser previamente autorizada pela Justiça.
Pedido formal e trâmites judiciais - O pedido de Lula foi encaminhado ao Tribunal nº 2 de Buenos Aires pelo advogado da ex-presidente, Alberto Beraldi. Os juízes Jorge Gorini, Gonzalo Giménez Uriburu e Andrés Basso analisam o caso. A solicitação especifica a intenção de visita à residência de Cristina, localizada na rua San José 1111. A data e o horário da eventual visita não foram divulgados para evitar aglomerações e preservar a segurança do encontro.
A Presidência da República do Brasil ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.
Agenda de Lula e contexto político - Lula desembarca em Buenos Aires nesta quarta-feira e retorna ao Brasil na quinta (3), após participar da cúpula do Mercosul, onde assumirá a presidência rotativa do bloco. Embora o presidente da Argentina, Javier Milei, esteja presente no evento, não há previsão de encontro bilateral entre os dois líderes, marcando mais uma evidência do distanciamento político entre os governos.
A visita a Cristina, se autorizada, terá forte carga simbólica. Lula e a ex-presidente mantêm relação próxima há anos. Quando o presidente brasileiro esteve injustamente preso em Curitiba, em 2019, foi visitado por Alberto Fernández, então candidato à presidência da Argentina e aliado de Cristina. Já em 2022, após a confirmação da condenação de Kirchner pela Suprema Corte argentina, Lula relatou ter ligado para ela e afirmou que a ex-presidente “chorou” durante a conversa.
Disputas judiciais e cenário de tensão - Atualmente, Cristina tenta flexibilizar as condições de sua prisão domiciliar por meio de recurso apresentado à Câmara de Cassação. O pedido busca, entre outros pontos, revogar o uso da tornozeleira eletrônica. No entanto, os procuradores Diego Luciani e Sergio Mola solicitaram a revogação do regime domiciliar e sua transferência para uma penitenciária. A audiência que definirá o rumo do caso está marcada para 7 de julho, sob responsabilidade dos juízes Mariano Borinsky, Gustavo Hornos e Diego Barroetaveña.
Caso seja autorizada, a visita de Lula representará um gesto político importante em apoio a Cristina Kirchner, em meio a um cenário de judicialização e polarização crescente na Argentina.

Guilherme Levorato

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América Latina

Lula pede autorização à Justiça da Argentina para visitar Cristina Kirchner em prisão domiciliar

247 - A ex-presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner fez um novo chamado à militância peronista nesta semana, defendendo organização e empatia como pilares de resistência diante do atual cenário político. “Precisamos estar junto à gente que mais precisa, ordenados e organizados”, afirmou durante discurso na sede nacional do Partido Justicialista (PJ), em Buenos Aires. A fala ocorreu após a Corte Suprema argentina ratificar sua condenação a seis anos de prisão e a inabilitação perpétua para exercer cargos públicos no caso conhecido como Vialidad, informa o canal argentino <a href="https://www.c5n.com/politica/cristina-kirchner-llamo-estar-junto-la-gente-que-mas-lo-necesita-ordenados-y-organizados-n203983">C5N</a>.
Cristina criticou duramente os ataques que recebe por parte de setores da mídia e do Judiciário. “Os peronistas não são mafiosos”, declarou, ao rebater a tentativa de criminalização do movimento político que representa. Ela reforçou o papel histórico do peronismo na garantia de direitos sociais e no combate à desigualdade: “o povo argentino não se resigna a viver sem direitos, a não ter um trabalho digno, a que seus filhos possam ir à universidade e ter um futuro melhor”.
Ao lado de apoiadores e dirigentes partidários, Cristina reforçou a importância de uma atuação política solidária, especialmente em tempos de crise. “Precisamos intensificar a empatia e o acercamento com quem mais sofre”, afirmou, apontando que o compromisso com os mais necessitados deve orientar a ação política do campo progressista argentino.
Sua fala ocorre em meio à escalada da judicialização da política no país, com a sentença do caso Vialidad sendo vista por diversos analistas e setores populares como parte de uma estratégia de lawfare — uso do sistema judicial para perseguir adversários políticos — semelhante à aplicada em outros países da América Latina. Mesmo fora das disputas eleitorais desde 2023, Cristina permanece como figura central no debate político argentino e referência da resistência peronista.
O discurso na sede do PJ não apenas reafirmou sua liderança, mas também traçou um horizonte de mobilização social e reorganização política diante dos desafios impostos por decisões judiciais que buscam afastar vozes populares do cenário institucional. “Ordem e organização não significam submissão, mas estratégia para mudar a realidade ao lado do povo”, concluiu.

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Lula pede autorização à Justiça da Argentina para visitar Cristina Kirchner em prisão domiciliar

Cristina Kirchner convoca militância a estar junto aos mais necessitados

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