<p><b>247 - </b>A OTAN tenta aprovar, nesta quarta-feira (25), em Haia, uma nova meta coletiva de destinar 5 % do PIB à segurança e defesa até 2035, mas a Espanha resiste e chama a proposta de “irracional”, evidenciando divisões internas no bloco militar.</p>
<p>Segundo a France 24, que revelou a carta do primeiro-ministro Pedro Sánchez ao secretário-geral <a href="https://www.20304050.best/search?term=Mark+Rutte">Mark Rutte</a>, Madri considera que elevar o gasto dos atuais 1,24 % para 5 % do PIB “não só seria irrazoável, mas também contraproducente”.</p>
<h3>Contexto da nova meta</h3>
<p>Desde 2014, o patamar mínimo de referência da OTAN era 2 % do PIB — meta que a maioria dos países ainda não cumpre. A proposta apoiada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, soma 3,5 % em despesas militares diretas e 1,5 % em investimentos de infraestrutura e indústria de defesa, totalizando 5 %. Para Trump, o esforço extra “faria a Aliança mais forte e justa”, mas críticos apontam que o maior beneficiário seria a indústria bélica norte-americana</p>
<h3>A posição espanhola</h3>
<p>Em carta enviada a Rutte, Sánchez advertiu que o salto orçamentário “comprometeria prioridades sociais” e que o debate ocorreu “sem consenso político interno”.  Ele reiterou a disposição de chegar a 2 % do PIB até o fim do ano — algo já prometido por Madri em abril. Ainda assim, classificou o alvo de 5 % como “incompatível com a realidade econômica espanhola”.</p>
<p>“Comprometer-se com 5 % do PIB não apenas é irracional, como poderia ser contraproducente para a coesão da Aliança”, escreveu Sánchez.</p>
<h3>Negociações de última hora</h3>
<p>Diplomatas confirmaram que a Espanha busca uma “cláusula de flexibilidade” que lhe permita ficar abaixo do limiar sem sofrer sanções políticas. A solução vem sendo negociada para evitar um veto de Madri ao comunicado final da cúpula — algo que exigiria unanimidade.</p>
<h3>Impacto financeiro</h3>
<p>Para Madri, atingir 5 % significaria subir de cerca de € 18 bilhões em 2024 para mais de € 70 bilhões anuais — quase metade do orçamento de pensões espanhol. Especialistas alertam que a medida poderia desviar recursos de áreas sociais em um momento de inflação resiliente e crescimento moderado.</p>

Luis Mauro Filho

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Mundo

Espanha confronta meta de 5% do PIB para defesa e expõe fissuras na OTAN

<p><b>DAVOS (Reuters) -</b> Os proprietários de plataformas de redes sociais deveriam ser responsabilizados por "envenenar a sociedade" e corroer a democracia com seus algoritmos, disse nesta quarta-feira o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no Fórum Econômico Mundial em Davos.</p>
<p>Sánchez também afirmou que vai sugerir em uma reunião do Conselho da União Europeia o fim do anonimato nas redes sociais, inclusive vinculando dados dos usuários a uma carteira de identidade comum da UE e tornando os algoritmos mais transparentes.</p>
<p>"O proprietário de um pequeno restaurante é responsável se sua comida envenena os clientes; os magnatas das redes sociais devem ser responsabilizados se seus algoritmos envenenarem nossa sociedade", disse.</p>
<p>"Vamos retomar o controle. Vamos tornar as redes sociais grandes novamente", acrescentou, imitando o slogan de campanha do presidente dos EUA, Donald Trump.</p>
<p>Sánchez afirmou que, embora as redes sociais tenham trazido muitos benefícios, como conectar as pessoas, elas também trazem "enormes desvantagens escondidas nas entranhas dos algoritmos, como invasores escondidos na barriga do cavalo de Troia".</p>
<p>Os algoritmos de redes sociais usam dados e regras para determinar o conteúdo a ser exibido aos usuários.</p>
<p>As tentativas de responsabilizar as redes sociais têm sido risíveis até agora, de acordo com Sánchez. Ele citou a maior multa aplicada a uma empresa de redes sociais na União Europeia até o momento, de apenas 0,6% de seu lucro anual, e pediu sanções mais severas. Ele não citou o nome da empresa.</p>

Guilherme Paladino

Primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça

Primeiro-ministro da Espanha quer responsabilizar redes sociais por corrosão da democracia

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