247 – Em meio à intensificação das sanções impostas pelos Estados Unidos, a Huawei lançou o Mate 70, seu mais novo smartphone premium, equipado com o sistema operacional HarmonyOS Next, totalmente desenvolvido na China. O anúncio, reportado pela Exame, reforça a estratégia da gigante tecnológica em reduzir sua dependência de tecnologias ocidentais, como o Android, e marcar presença em um mercado global cada vez mais competitivo.
O lançamento do HarmonyOS Next simboliza um avanço significativo na independência tecnológica chinesa. Diferente das versões anteriores, que utilizavam o código aberto do Android, o novo sistema é inteiramente proprietário, destacando o esforço da Huawei em contornar restrições e consolidar sua posição como líder em inovação no país.
Inovação em meio às adversidades
A aposta da Huawei vem acompanhada de números impressionantes. Apenas nos primeiros nove meses de 2024, as vendas da empresa cresceram 30%, apesar das restrições impostas pelos EUA. O Mate 70, sucessor do bem-sucedido Mate 60, também surpreende ao incluir um processador desenvolvido internamente, capaz de atingir velocidades comparáveis às redes 5G – um feito que analistas ocidentais consideravam inalcançável para a companhia.
“A Huawei demonstrou que, mesmo sob pressão, é possível inovar e atender às expectativas de um mercado exigente. Estamos comprometidos com uma experiência tecnológica de ponta, que reflete nossa visão de independência e soberania digital”, declarou um representante da empresa.
Corrida para atrair desenvolvedores
Apesar da inovação, o sucesso do HarmonyOS Next dependerá da adesão de desenvolvedores de aplicativos. Atualmente, a Huawei conta com cerca de 15 mil aplicativos nativos compatíveis com o sistema, incluindo nomes populares na China, como WeChat, Taobao e Meituan. No entanto, desafios técnicos ainda precisam ser superados. Segundo desenvolvedores, há limitações em funcionalidades essenciais, como suporte ao WeChat Pay e à localização do Baidu.
Para estimular a adaptação, a Huawei tem investido em treinamentos e suporte técnico. Porém, o custo elevado de desenvolvimento continua sendo um entrave para empresas internacionais. De acordo com Rich Bishop, da AppInChina, adaptar um aplicativo para o HarmonyOS Next pode custar até 2 milhões de yuans (aproximadamente R$ 1,4 milhão).
Um futuro incerto, mas promissor
O lançamento do HarmonyOS Next representa uma jogada estratégica no contexto da disputa tecnológica entre China e Estados Unidos. Analistas apontam que o maior desafio será atrair desenvolvedores fora da China para criar aplicativos compatíveis, mas a Huawei aposta em sua sólida base de usuários domésticos, que pode impulsionar o crescimento da nova plataforma.
Se bem-sucedido, o sistema operacional pode não apenas redefinir o mercado global de smartphones, mas também simbolizar a crescente influência da China na indústria tecnológica.

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Para driblar sanções, Huawei lança celular com sistema operacional próprio

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