247 – Em uma entrevista especial à TV 247, conduzida pelo jornalista Leonardo Attuch, o jornalista e editor internacional José Reinaldo Carvalho celebrou seus 70 anos refletindo sobre sua trajetória política e seu profundo conhecimento sobre a China. A entrevista foi ao ar no dia 18 de abril, dois dias após o aniversário de José Reinaldo, e se transformou em um amplo debate sobre os rumos geopolíticos do mundo, os desafios do socialismo, o declínio do imperialismo norte-americano e as oportunidades para o Brasil no contexto da ascensão chinesa.
José Reinaldo, que ingressou no Partido Comunista do Brasil (PCdoB) em 1972 e permanece militante até hoje, contextualizou a importância histórica da China no século XXI. “Há uma percepção generalizada de que a China emerge como a grande força do século XXI. De fato, está vocacionada a ser a principal economia mundial e, por decorrência, a principal potência mundial”, afirmou. Para ele, o que diferencia a China é seu caráter pacifista. “A novidade é que não é uma potência imperialista.”
<h3>Mao Zedong, Deng Xiaoping e a construção do socialismo chinês</h3>
A entrevista percorreu diferentes fases da Revolução Chinesa, da liderança de Mao Zedong à era das reformas de Deng Xiaoping. José Reinaldo reconheceu que Mao teve papel essencial na fundação do sistema socialista chinês, embora tenha cometido erros durante processos como o “Grande Salto Adiante” e a “Revolução Cultural”. Ainda assim, segundo ele, “a avaliação do Mao Zedong é essencialmente positiva, mas com esses senões”.
Sobre Deng Xiaoping, exaltou sua capacidade de transformar a China num polo de desenvolvimento a partir da abertura econômica sem romper com os princípios socialistas. “A premissa era desenvolver as forças produtivas. E para isso eles tomaram duas iniciativas: reformar as relações de produção no campo e criar zonas econômicas especiais voltadas à exportação”, explicou.
<h3>Xi Jinping e o socialismo na nova era</h3>
José Reinaldo destacou ainda a atual liderança de Xi Jinping como continuidade do processo histórico do socialismo chinês. Para ele, Xi representa uma liderança “intelectual e estratégica”, comprometida com as metas centenárias da China. “Ele insiste que nunca se deve perder de vista a missão original do Partido, fundada em 1921, que é construir o socialismo.”
A experiência da China também é, segundo José Reinaldo, uma referência para os países do Sul Global. Ele considera essencial que o Brasil aprofunde suas relações com a China de forma soberana, aproveitando as oportunidades tecnológicas e industriais que se abrem. “Vejo que as parcerias que melhor favorecem esse objetivo estão em relação à China e a outros países do BRICS, mas principalmente à China.”
<h3>Encontro de civilizações e novos rumos para o Brasil</h3>
Ao refletir sobre o papel da China no mundo, José Reinaldo apontou a proposta do “encontro de civilizações” como alternativa ao “choque de civilizações” promovido pelo Ocidente. Ele celebrou iniciativas como a cooperação acadêmica, científica e midiática, destacando a recente criação da Iniciativa de Mídia do Sul Global como sinal dessa aproximação.
Por fim, questionado sobre o futuro da esquerda no Brasil, José Reinaldo foi enfático: “O Brasil vai ter que fazer escolhas, vai ter que fazer rupturas. Com essas classes dominantes no poder, é impossível levar o país para a frente. São classes retrógradas.” E concluiu com uma convicção pessoal: “Eu acho que o futuro da humanidade é a construção de uma sociedade livre de todo tipo de opressão e de exploração. O comunismo vencerá.” Assista:
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Redação Brasil 247

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Entrevistas

“China é a grande esperança do século 21”, afirma José Reinaldo Carvalho em entrevista especial

247 – O presidente da China, Xi Jinping, defendeu a construção de uma comunidade com futuro compartilhado com os países vizinhos e convocou os líderes chineses a abrirem novas frentes no trabalho diplomático regional. As declarações foram feitas durante uma conferência central sobre as relações com países vizinhos, realizada em Pequim entre terça-feira e quarta-feira. A informação é da agência estatal chinesa Xinhua.
Xi Jinping, que também ocupa os cargos de secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC) e presidente da Comissão Militar Central, utilizou o encontro para apresentar uma análise abrangente sobre os avanços diplomáticos da China com seus vizinhos na chamada “nova era”. Durante seu discurso, ele destacou os principais objetivos e diretrizes para a próxima fase dessa política externa.
<blockquote>&nbsp;“Devemos construir uma comunidade com futuro compartilhado com os países vizinhos e trabalhar com empenho para abrir novos caminhos para o nosso trabalho regional”, afirmou Xi diante de membros do alto escalão do Partido Comunista.</blockquote>
A conferência contou com a presença dos principais líderes chineses, incluindo os membros do Comitê Permanente do Bureau Político do Comitê Central do PCC: Li Qiang, Zhao Leji, Wang Huning, Cai Qi, Ding Xuexiang e Li Xi, além do vice-presidente Han Zheng. O primeiro-ministro Li Qiang presidiu o encontro e reforçou a necessidade de implementação rigorosa das orientações de Xi.
Segundo a Xinhua, o presidente chinês apresentou uma avaliação científica da atual conjuntura regional e delineou metas estratégicas, tarefas prioritárias e medidas práticas para fortalecer os vínculos da China com seus vizinhos. Xi enfatizou que a estabilidade e o desenvolvimento das regiões fronteiriças são essenciais não apenas para a segurança nacional, mas também para o crescimento sustentável e o papel global do país.
A conferência ressaltou que a vizinhança da China — dada sua vasta extensão territorial e a complexidade das fronteiras — representa não apenas um pilar do desenvolvimento e da prosperidade nacionais, mas também uma frente crucial na garantia da segurança e uma prioridade na política externa chinesa. A aproximação com os países vizinhos, segundo os dirigentes chineses, é também um elo estratégico na ambição maior de construir uma comunidade global com futuro comum.
Outro ponto enfatizado no evento foi a importância de adotar uma perspectiva global para abordar as relações regionais, reforçando o senso de responsabilidade e missão do país na promoção de um ambiente geopolítico mais estável, cooperativo e pacífico.
Com o avanço da Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) e a intensificação da competição estratégica global, a China reafirma sua aposta no multilateralismo regional como base de sua projeção internacional — com Xi Jinping no comando de uma diplomacia cada vez mais articulada, pragmática e centrada na ideia de benefício mútuo.

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“China é a grande esperança do século 21”, afirma José Reinaldo Carvalho em entrevista especial

Xi propõe construir comunidade com futuro compartilhado entre países vizinhos

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