247 – Em um movimento coordenado para enfrentar os desafios do crédito imobiliário no Brasil, os principais executivos do setor bancário se reuniram na manhã desta terça-feira (9) com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A informação foi <a href="https://valor.globo.com/financas/noticia/2025/07/08/ceos-de-bancos-discutem-alternativas-para-credito-imobiliario-com-galipolo-e-devem-se-reunir-com-lula-na-quinta-feira.ghtml">revelada pelo Valor Econômico</a>, que apurou com interlocutores próximos os detalhes do encontro, considerado um “nivelamento” preparatório para uma reunião mais ampla com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para quinta-feira.
Segundo fontes ouvidas pelo Valor, Galípolo pretende apresentar diretamente ao presidente Lula as propostas debatidas com os bancos antes de qualquer divulgação pública. A intenção é buscar uma solução conjunta para viabilizar o financiamento habitacional em meio à retração estrutural da caderneta de poupança — até então a principal fonte de recursos para o crédito imobiliário no país.
<h3>Queda da poupança acende sinal de alerta</h3>
A diminuição contínua dos depósitos em poupança, aliada ao atual patamar elevado da taxa Selic (15%), tem pressionado o modelo tradicional de funding para o setor. Por isso, o Banco Central, a Caixa Econômica Federal e representantes do mercado buscam alternativas para ampliar a oferta de crédito habitacional e manter a roda da construção civil girando.
Entre as possibilidades consideradas estão medidas de curto prazo, como a redução dos depósitos compulsórios, que liberariam recursos imediatos para os bancos. No entanto, também há discussões sobre soluções estruturais mais robustas, como o fortalecimento do mercado de securitização. Esta última, porém, encontra dificuldades para deslanchar diante do elevado custo do dinheiro no Brasil.
<h3>Participantes e articulação institucional</h3>
A reunião contou com nomes de peso do sistema financeiro. Estavam na lista de convidados Isaac Sidney (presidente da Febraban), Sandro Gamba (presidente da Abecip), Milton Maluhy (presidente do Itaú), Mario Leão (presidente do Santander), Carlos Vieira (presidente da Caixa) e Tarciana Medeiros (presidente do Banco do Brasil). Ainda que nem todos tenham comparecido efetivamente, o gesto sinaliza a importância que o tema ganhou na agenda institucional.
A Caixa, maior operadora do crédito imobiliário no país, tem papel central nas discussões. Seu presidente, Carlos Vieira, também deve participar da agenda com Lula, ainda não confirmada oficialmente pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), mas tratada como certa nos bastidores do governo federal.
<h3>Transição de modelo sob análise</h3>
Em declarações anteriores, Gabriel Galípolo já havia antecipado a necessidade de “transição do modelo de crédito imobiliário”, apontando que a dependência excessiva da poupança se tornou um entrave para a expansão sustentável do setor. “A ideia é encontrar soluções que não apenas tapem buracos momentâneos, mas que possam estruturar um novo ciclo de crédito de longo prazo”, tem defendido o presidente do Banco Central.
A expectativa do governo é de que, com apoio dos bancos e respaldo técnico do BC, seja possível anunciar medidas que assegurem o crescimento do setor da construção civil, mantenham o crédito acessível às famílias e evitem o estrangulamento da oferta de moradias, especialmente dentro de programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida.

Redação Brasil 247

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante coletiva de imprensa, em Brasília - 27/03/2025


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Economia

Galípolo e banqueiros devem apresentar a Lula alternativas para impulsionar o crédito imobiliário

Letycia Bond – Repórter da Agência Brasil
A Caixa encerrou o mês de dezembro de 2024 com saldo de R$ 832,1 bilhões na carteira de crédito imobiliário. O valor atingido é 13,5% maior do que o patamar de dezembro de 2023, conforme salientado em balanço divulgado nesta quarta-feira (26), na capital paulista.
A análise de todo o ano de 2024 indica que as contratações de crédito imobiliário somaram R$ 223,6 bilhões, total 20,6% superior ao de 2023. A marca alcançada no ano passado é recorde. Ao todo, a Caixa financiou 803,4 mil imóveis, permitindo que 3,2 milhões de pessoas adquirissem a casa própria.
Outro resultado destacado pela Caixa foi o da poupança, indicador capaz de ampliar a percepção sobre aspectos como a forma com que os brasileiros estão lidando com o dinheiro e se têm conseguido economizar. Em dezembro de 2024, os depósitos na poupança aumentaram 7,5%, gerando saldo de R$ 385,4 bilhões.
O balanço apresentado pela instituição revela que o total de crédito consignado naquele mês foi de R$ 101,5 bilhões. Uma das discussões atuais é a oferta dessa opção a trabalhadores da iniciativa privada, já disponível para funcionários públicos e aposentados.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira Fernandes, ressaltou que, a princípio, há 40 milhões de pessoas habilitadas para obter aprovação na linha e que a modalidade é importante também porque reduz custos de operação. "Estamos só aguardando a regulamentação", afirmou.
Fernandes comemorou o desempenho da instituição financeira e fez colocações sobre a guinada digital do banco. Segundo ele, a fase, no momento, é de remanejamento de agências, algo que está sendo feito gradualmente, conforme demandas identificadas.
Ele disse que o plano é de apenas redistribuir unidades em locais com mais clientes e não perder de vista a vocação social do banco, que é ponte para atendimentos de beneficiários de programas do governo federal. Apenas em 2024, R$ 404,1 bilhões foram pagos a pessoas neles cadastrados, sendo R$ 163,3 bilhões somente do Bolsa Família e R$ 5,6 bilhões a estudantes inscritos no Pé-de-Meia.&nbsp;
"Vamos até crescer um pouco", assegurou Fernandes, quando questionado sobre as perspectivas de expansão da Caixa em 2025.

Leonardo Lucena

Brasília

Caixa Econômica fecha dezembro com saldo de R$ 832,1 bilhões em crédito imobiliário

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