Prefeitura do Rio firma acordo com BNDES para instalar hub de data centers e liderar setor de inteligência artificial
Memorando assinado por Eduardo Paes no BNDES marca início do projeto Rio AI City, com foco em inovação, energia limpa e infraestrutura digital de ponta
247 - O Rio de Janeiro deu um passo decisivo para se tornar referência em inteligência artificial e infraestrutura digital no país. Nesta terça-feira (1/7), o prefeito Eduardo Paes assinou, na sede do BNDES, um memorando de entendimento com diversas instituições públicas para viabilizar a criação do projeto Rio AI City, um hub de centros de dados na Barra da Tijuca. A informação é da Prefeitura do Rio de Janeiro.
O acordo foi firmado durante o seminário “Governança e Estratégias Públicas em Inteligência Artificial”, evento paralelo à cúpula do BRICS, organizado pelo BNDES em parceria com ministérios federais. A iniciativa reúne esforços para o desenvolvimento, financiamento e implantação da infraestrutura dos data centers. Entre os presentes na assinatura estavam a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos; a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck; o diretor do BNDES Nelson Barbosa; o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro; e o presidente da Finep, Luiz Antonio Elias.
Com esse acordo, o Rio se torna a primeira cidade brasileira a aderir ao plano nacional de expansão de data centers, lançado recentemente pelo Ministério da Fazenda. O programa federal visa transformar o Brasil em um polo global de tecnologia, oferecendo incentivos fiscais, segurança jurídica e acesso à energia limpa.
Durante o evento, o prefeito Eduardo Paes destacou o potencial da cidade para atrair investimentos no setor. “Existe uma demanda crescente por força computacional no mundo, mas há um desafio importante relacionado ao fornecimento de energia. Aqui no Brasil, temos uma matriz energética limpa e uma percepção, por parte do Governo Federal e do BNDES, de que é preciso criar um ambiente atrativo para a instalação de data centers e o avanço da inteligência artificial. E mostramos que o melhor lugar para isso é o Rio de Janeiro”, afirmou.
Paes também ressaltou os diferenciais da cidade: “Temos uma infraestrutura robusta de internet, com cabos subterrâneos extensos e fibras ópticas de alta densidade. Mas, acima de tudo, temos o mais valioso: capital humano. Gente qualificada, centros de pesquisa de ponta, empresas e universidades que já atuam nesse ecossistema. O Rio tem todos os elementos necessários para atender e liderar esse mercado”.
Segundo o diretor do BNDES, Nelson Barbosa, a iniciativa da proposta partiu do próprio prefeito e pode se tornar um modelo para outras regiões do país. Ele enfatizou o caráter inovador do modelo de cooperação interinstitucional que está sendo inaugurado no Rio.
O projeto Rio AI City tem previsão de alcançar, até 2032, uma capacidade instalada de três gigawatts e investimentos estimados em US$ 65 bilhões. O hub será construído no Centro Metropolitano da Barra da Tijuca, área planejada e dotada de infraestrutura moderna, segurança e acesso a energia limpa. O local também possui vantagens como a existência de cabos submarinos oriundos dos Jogos Olímpicos de 2016, que conectam o Rio a todos os continentes.
Outro pilar fundamental do projeto é a formação de mão de obra qualificada. A cidade já investe em iniciativas como os Ginásios Experimentais Tecnológicos (GETs) e o IMPA Tech, voltadas para o ensino de ciência, tecnologia e matemática desde os primeiros anos escolares até a graduação.
O evento que marcou a assinatura do acordo contou com a organização do BNDES e apoio de ministérios como Fazenda; Ciência, Tecnologia e Inovação; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Gestão e Inovação em Serviços Públicos; e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
A agenda integra a programação da semana que antecede a cúpula do BRICS, marcada para os dias 6 e 7 de julho, também no Rio. A presença de autoridades e especialistas internacionais tem impulsionado discussões sobre o futuro da inteligência artificial, seu uso responsável e os caminhos para regulamentação global dessa tecnologia emergente.
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