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Polícia prende operadores do PCC e CV acusados de abastecer o tráfico com armas e drogas

Investigações da Polícia Civil do RJ revelam consórcio criminoso entre facções para abastecer o Complexo do Alemão

Fuzis (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Guilherme Levorato avatar
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247 - A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois operadores de facções criminosas rivais, em mais uma etapa da Operação Bella Ciao, deflagrada pela Delegacia de Combate a Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD). A ação teve como alvo o fornecimento de armamentos e entorpecentes ao Comando Vermelho (CV) e ao Primeiro Comando da Capital (PCC), revelando uma articulação entre os dois grupos para abastecer o tráfico no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.

A informação foi divulgada pelo g1, que detalhou a prisão de Ana Lúcia Ferreira, ex-companheira de um dos chefes do PCC, e de Gustavo Miranda de Jesus, operador financeiro da facção rival. As prisões ocorreram em dois dias consecutivos: Ana foi detida em Taubaté (SP) na quarta-feira (2), e Gustavo foi capturado na Pavuna, zona norte do Rio, nesta quinta-feira (3).

Os presos e suas ligações com as facções - Ana Lúcia Ferreira tem um histórico de envolvimento direto com o PCC. Ela foi casada com Elton Leonel da Silva, conhecido como "Galã", apontado como um dos principais traficantes da facção na América Latina. Além disso, teve um filho com outro integrante do grupo. Segundo os investigadores, Ana era responsável por articular conexões entre o PCC e o CV, atuando principalmente na fronteira com o Paraguai, em Ponta Porã (MS), facilitando o tráfico de armas e drogas para os dois grupos criminosos.

“A Ana tem uma ligação direta com o ‘Professor’. Ela traz para o Rio o conhecimento que já tinha da região de fronteira. É uma articuladora que atua tanto para o Comando Vermelho quanto para o PCC”, afirmou o delegado Vinícius Miranda, titular da DCOC-LD.

Já Gustavo Miranda de Jesus era o braço direito de Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, morto há cerca de um mês com um tiro na cabeça. Professor era considerado o maior fornecedor de drogas do Comando Vermelho até sua morte. Gustavo assumiu a função de operador financeiro e, segundo a investigação, movimentou mais de R$ 250 milhões em nome da facção, utilizando empresas de fachada, bailes funk e até um mercadinho praticamente inativo para lavar dinheiro.

“Gustavo usava a própria família para movimentar os valores. Numa operação anterior, os pais e a irmã dele já tinham sido presos por emprestar contas bancárias para essas transações”, explicou o delegado.

Consórcio criminoso no Complexo do Alemão - As investigações, iniciadas há mais de um ano com foco no “Professor”, revelaram uma surpreendente articulação entre PCC e Comando Vermelho. De acordo com a Polícia Civil, há um “consórcio” entre as facções voltado para abastecer o Complexo do Alemão, uma das áreas mais conflagradas da capital fluminense.

A cooperação entre os grupos rivais representa uma mudança no cenário do crime organizado no Brasil, demonstrando que interesses comerciais no tráfico de armas e drogas podem sobrepor as disputas históricas por território. A prisão dos operadores mostra que o elo entre os dois grupos é mais profundo e complexo do que se imaginava.

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