Justiça determina internação de adolescente que matou pais e irmão após proibição de viagem

247 - A Justiça do Rio de Janeiro determinou a internação provisória de 45 dias do adolescente de 14 anos acusado de assassinar os próprios pais e o irmão caçula, de apenas 3 anos, na cidade de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. As informações são da CNN Brasil.

O crime, que chocou o estado, teria sido motivado pela proibição dos pais quanto a uma viagem que o jovem pretendia fazer ao Mato Grosso do Sul. O objetivo da viagem era encontrar uma garota de 15 anos com quem ele mantinha um relacionamento virtual desde os 8 anos de idade. Eles se conheceram por meio de um jogo online.

Segundo a Polícia Civil, revoltado com a decisão dos pais, o adolescente pegou a arma do pai e assassinou os três familiares enquanto dormiam. Em seguida, tentou ocultar os corpos jogando-os dentro da cisterna da residência. De acordo com as investigações, o jovem ainda pesquisou na internet como realizar o saque do FGTS de pessoas falecidas, o que reforça a frieza com que planejou as ações após o crime.

A internação do adolescente foi determinada pelo Tribunal de Justiça e ele foi encaminhado ao Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas). Até o momento, ele não constituiu advogado de defesa.

A garota com quem o jovem se relacionava virtualmente foi ouvida pela polícia de Água Boa, no Mato Grosso, acompanhada da mãe. Ela não é apontada como envolvida no crime.

O delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP de Itaperuna, destacou a brutalidade do caso, que surpreendeu até os policiais mais experientes. “Tudo isso cria esse enredo cabuloso, horrendo, que tirou a vida da própria família, sem qualquer motivação concreta, e também a própria vida dele. Inclusive, indaguei sobre o irmão, uma criança pura, que nada tinha a ver com o relacionamento, e ele respondeu que o matou para que não sofresse com a perda dos pais”, relatou o delegado.

O crime foi descoberto na última terça-feira (25), após a avó do adolescente procurar a delegacia para registrar o desaparecimento da família. No local, os peritos encontraram manchas de sangue no colchão do casal, roupas ensanguentadas e sinais de que o jovem tentou queimar objetos para destruir evidências. O forte odor vindo da cisterna levou os policiais a abrirem o reservatório, onde localizaram os corpos.

Após ser confrontado com as provas, o adolescente confessou o triplo homicídio. Ele foi apreendido e irá responder por atos infracionais análogos a homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. O caso continua sob investigação.