Financiado pelo BNDES, primeiro trem da Linha 6-Laranja do Metrô SP é entregue
Com tecnologia nacional, linha deve atender 600 mil pessoas por dia e reduzir drasticamente tempo de deslocamento
247 - O primeiro trem da futura Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo foi entregue nesta quinta-feira (10) no Pátio Morro Grande, na Zona Norte da capital paulista, marcando um avanço significativo na maior obra de mobilidade urbana atualmente em execução na América Latina. Segundo informações divulgadas pelo BNDES, responsável pelo financiamento de cerca de 70% do projeto, a linha integra um investimento total de R$ 17 bilhões — dos quais R$ 12,3 bilhões são recursos do banco público federal.
Com 15,3 quilômetros de extensão, a nova linha vai conectar o bairro da Brasilândia, uma das regiões mais carentes da cidade, à região central de São Paulo, promovendo integração com as linhas 1-Azul e 4-Amarela do Metrô, além das linhas 7-Rubi e 8-Diamante da CPTM. Ao todo, serão 15 estações e 22 trens fabricados pela Alstom em Taubaté (SP), com tecnologia de ponta, operação sem condutor e capacidade para transportar até 2.044 passageiros por composição.
A operação da linha será dividida em duas fases: a primeira, entre Brasilândia e a Estação Perdizes, deve começar no segundo semestre de 2026. Já o segundo trecho, até a Estação São Joaquim, está previsto para 2027. Quando estiver em pleno funcionamento, a Linha 6-Laranja atenderá cerca de 600 mil passageiros por dia, reduzindo de 1h30 para apenas 23 minutos o tempo de viagem no trajeto atualmente feito por ônibus.
Fabricados com aço inoxidável, os trens da linha são mais leves e sustentáveis, com durabilidade estimada superior a 40 anos e velocidade máxima de até 90 km/h. Por utilizarem menos energia e dispensarem condutores, a operação será mais eficiente e segura. A linha também é conhecida como “linha das universidades”, por atender diretamente sete instituições de ensino superior e mais quatro de forma indireta.
“O BNDES segue essa diretriz ao apoiar o avanço do transporte coletivo público em São Paulo. Equipada com trens mais sustentáveis, de fabricação nacional, a Linha 6-Laranja vai facilitar o acesso de populações de áreas carentes da capital paulista aos locais de trabalho e espaços de lazer situados na área central da cidade”, afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Para ele, o projeto é um exemplo do compromisso republicano do presidente Lula com os entes federativos e com políticas públicas que melhorem a vida da população.
As obras da Linha 6 estão em ritmo acelerado. A escavação dos túneis foi finalizada em fevereiro de 2025, conectando todas as futuras estações. Atualmente, estão em andamento a instalação dos trilhos, a implementação dos sistemas e a entrega das composições.
Fruto de uma parceria público-privada entre o Governo do Estado de São Paulo e a concessionária Linha Uni — administrada pela empresa espanhola Acciona —, a construção da nova linha gerou mais de 10 mil empregos. O BNDES apoia tanto a concessionária, com crédito de R$ 6,9 bilhões, quanto o governo estadual, com R$ 5,44 bilhões em financiamento.
Além do impacto na mobilidade, o projeto contribui para a sustentabilidade. A estimativa é de que a nova linha evite a emissão de mais de 200 mil toneladas de CO₂ por ano — volume que exigiria uma área florestal equivalente a 33 estádios do Maracanã para ser neutralizado.
Outro destaque é o investimento social. Estão previstas ações de capacitação e inclusão voltadas às comunidades do entorno das estações, com foco na ampliação da participação feminina tanto nas obras quanto na operação futura da linha. Esses programas reforçam o caráter inclusivo e transformador da iniciativa, que promete reconfigurar o acesso à cidade para milhares de paulistanos.
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