Corpo de Juliana Marins chega ao Brasil e será levado ao Rio pela FAB
Jovem morreu após acidente em trilha no Monte Rinjani, na Indonésia; família pediu nova autópsia no Brasil para esclarecer causa da morte
247 - O corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, chegou ao Brasil nesta terça-feira (1º), uma semana após ser resgatado de uma encosta do Monte Rinjani, na Indonésia. Segundo informações do UOL, o caixão desembarcou no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, pouco depois das 17h. De lá, será transportado pela Força Aérea Brasileira (FAB) até o Rio de Janeiro, onde a família aguarda para realizar uma nova autópsia.
O voo da FAB deve pousar às 18h30 na Base Aérea do Galeão. Após a chegada ao Rio, o corpo será levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde será submetido a novos exames periciais para esclarecer as circunstâncias da morte da jovem. A solicitação para a realização da necrópsia no Brasil foi feita pela família à Justiça Federal e atendida pela Advocacia-Geral da União (AGU) na segunda-feira (30).
A Defensoria Pública informou que a autópsia deve ser realizada em até seis horas após o pouso. A Polícia Federal se responsabilizou pelo traslado do corpo até o IML, mas detalhes sobre o local exato do exame ainda estão sendo definidos em audiência.
O traslado internacional do corpo, orçado em R$ 55 mil, foi custeado pela prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana. Em homenagem à jovem, um mirante e uma trilha na Praia do Sossego passarão a levar o nome dela.
Juliana morreu após sofrer um grave acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, um dos pontos turísticos mais visitados da Indonésia. Segundo informações do hospital Bali Mandar, onde a autópsia inicial foi realizada, ela sofreu uma queda, rolou por aproximadamente 300 metros e apresentou múltiplos ferimentos.
“De acordo com meus cálculos, a vítima morreu na quarta-feira, 25 de junho, entre 1h e 13h [14h do dia 24 e 2h do dia 25, no horário de Brasília]”, afirmou o médico legista Ida Bagus Putu Alit, em entrevista à BBC News. A informação contradiz a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), que havia declarado que a morte ocorreu na noite do dia 24.
O legista também descartou a hipótese de morte por hipotermia, mesmo com as baixas temperaturas registradas à noite no local, que chegaram a 0 ºC. Segundo ele, o corpo não apresentava "sinais clássicos" dessa condição, como necrose nas extremidades. Juliana usava roupas inadequadas para o frio — calça e blusa simples — e não portava equipamentos próprios para o trajeto.
A autópsia apontou que a brasileira teve hemorragia interna, ferimentos na cabeça, fraturas na coluna, nas coxas e escoriações em várias partes do corpo. A causa da morte foi registrada como "trauma torácico grave", decorrente de uma segunda queda.
Juliana caiu durante a trilha na noite de sexta-feira (20), no horário de Brasília, e permaneceu ferida e impossibilitada de se locomover. A localização remota e o difícil acesso ao local do acidente dificultaram o socorro. De acordo com o governo local, levou cerca de oito horas para que o acidente fosse comunicado às autoridades.
Após o resgate, a família acompanhou o caso à distância, por meio de fotos e vídeos enviados por estrangeiros que participavam das buscas. A irmã de Juliana, Mariana Marins, lamentou a demora no atendimento e a falta de estrutura no local. “Seria um absurdo se ela morresse por falta de socorro”, disse Mariana durante a espera pelo resgate.
O corpo de Juliana foi recuperado no dia 25 de junho, após mais de sete horas de trabalho intenso de socorristas e voluntários. A morte da jovem gerou comoção e levantou críticas à segurança nas trilhas da Indonésia, além de questionamentos sobre a venda de passeios turísticos que, segundo relatos de brasileiros, não alertam adequadamente sobre os riscos e as exigências físicas do trajeto.
O velório de Juliana será realizado no Rio de Janeiro, em data ainda a ser confirmada pela família.
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