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Casa de luxo de Derrite custa três vezes mais que bens declarados ao TSE

Secretário da Segurança Pública de São Paulo ergue imóvel de R$ 3 milhões em condomínio de alto padrão;

Guilherme Derrite (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Laís Gouveia avatar
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247 - O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP), está construindo uma casa de luxo avaliada em pelo menos R$ 3 milhões em Porto Feliz, interior paulista, cidade que se tornou um dos destinos preferidos de milionários brasileiros. A informação foi revelada pelo portal Metrópoles, que obteve detalhes do projeto arquitetônico e da aquisição do terreno, além de documentos que indicam uma valorização expressiva no patrimônio do ex-deputado federal nos últimos anos.

A residência, que já está em estágio avançado de construção, fica em um condomínio fechado com segurança reforçada, quadras esportivas, lago privativo e imóveis que chegam a custar R$ 4 milhões. Segundo a reportagem, o valor da obra e do terreno é mais que o triplo dos R$ 812 mil que Derrite declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022, quando se reelegeu deputado federal.O terreno de 800 m² foi adquirido por Derrite em junho de 2023, diretamente da incorporadora, por R$ 475 mil, pagos à vista. À época, ele havia vendido um apartamento na zona oeste da capital paulista por R$ 650 mil. O projeto da nova casa prevê 440 m² de área construída, piscina, janelas de vidro amplas e acabamento sofisticado, com destaque para a madeira cumaru, que sozinha deve custar pelo menos R$ 140 mil.

Ascensão patrimonial acelerada

 Em 2018, quando iniciou sua carreira política, o então tenente da Polícia Militar declarou ter um patrimônio de R$ 354 mil, composto por um apartamento modesto e um carro. Já em 2022, o valor mais que dobrou, com destaque para aplicações financeiras e saldo em conta bancária.Hoje, além de comandar a Segurança Pública de São Paulo, Derrite segue recebendo o salário de deputado federal, cargo do qual está licenciado desde que assumiu o posto no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo os portais da transparência da Câmara dos Deputados e do governo estadual, ele recebe R$ 53 mil líquidos por mês, valor que inclui vencimentos de deputado, salário da PM e jetons de participação em conselhos do governo.A esposa do secretário, também oficial da Polícia Militar, acumula rendimentos de R$ 21 mil mensais. O casal, no entanto, não possui empresas registradas em seus nomes. Considerando os ganhos do casal, o custo da residência em construção representa o equivalente a mais de três anos de rendimentos líquidos.

Relação com empresários e vida de luxo

A vida pessoal de Derrite, marcada por viagens internacionais e aproximação com empresários influentes, também tem chamado atenção. Em dezembro do ano passado, ele viajou de Brasília a São Paulo em um avião ligado a Zeca Romano, empresário com negócios que se cruzam com o setor público, incluindo o transporte coletivo da Grande São Paulo.Meses antes, Derrite e a esposa participaram de uma viagem à Sicília, na Itália, hospedados no luxuoso hotel Four Seasons, famoso por ter sido cenário da série The White Lotus. A ocasião coincidiu com o casamento de uma irmã de Zeca Romano.

Porto Feliz, reduto de milionários e base eleitoral

 Porto Feliz, onde está sendo construída a casa de Derrite, é conhecida como a "Hamptons paulista", em referência ao balneário de luxo dos Estados Unidos. O município, além de abrigar milionários, é considerado estratégico politicamente. Em postagens recentes, Derrite foi elogiado pelo prefeito local, Célio Peixoto (Republicanos), pela implantação do programa Muralha Paulista, de monitoramento e segurança por câmeras e radares.

Crescimento da violência e defesa da polícia

 Enquanto constrói sua casa em um dos endereços mais cobiçados do estado, Derrite enfrenta críticas em relação aos números da violência policial em São Paulo. Sob seu comando, a Polícia Militar do estado bateu recordes de letalidade. Em 2024, segundo dados do Ministério Público, foram registradas 737 mortes causadas por policiais militares, um aumento de 60,2% em relação ao ano anterior e de 86% se comparado a 2022.Um dos casos mais emblemáticos foi o do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, morto em Santos no fim de 2024 durante uma ação policial. Na época, Derrite saiu em defesa dos agentes envolvidos.

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