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Bolsonaro entrega medalha de "imbrochável" a Kassab e acena para reconciliação política

Inelegível, ex-presidente sinaliza reaproximação com o "homem forte de Tarcísio" de olho nas eleições de 2026

Gilberto Kassab e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Instagram)
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247 - O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou na terça-feira (17) a medalha de “imbrochável, imorrível e incomível” ao presidente nacional do PSD e secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, durante evento em Presidente Prudente, no interior paulista. O gesto, simbólico e reservado apenas a aliados próximos, foi interpretado nos bastidores como um sinal de reaproximação entre os dois líderes políticos. A informação é do portal Metrópoles.

Bolsonaro e Kassab dividiram o palanque ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de quem Kassab é aliado direto na gestão paulista. Em discurso na abertura de uma feira agropecuária, Bolsonaro fez uma série de acenos ao presidente do PSD e destacou: “Eu tenho dito, Kassab: Me deem 50% da Câmara, 50% que eu mudo o Brasil. O outro 50% fica com o PSD, fica com o PL, fica com os partidos aí”.

A cena da entrega da medalha foi divulgada nas redes sociais pelo próprio Kassab. O gesto, segundo interlocutores ouvidos pelo Metrópoles, foi lido como parte de uma tentativa de Bolsonaro de reconstruir pontes com o centro político, especialmente em um momento de fragilidade — o ex-presidente é réu no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de Estado, e enfrenta risco real de prisão ainda em 2025.

“Bolsonaro está reconectando pontes que haviam sido destruídas. O que vi [no evento] foi um ‘ser político’ que já está conformado com o futuro que o espera. Ao meu ver, os afagos ao Kassab estão incluídos na mesma categoria do depoimento dele ao STF”, afirmou ao Metrópoles um aliado do presidente do PSD, comparando o gesto ao tom mais moderado adotado por Bolsonaro durante depoimento recente ao ministro Alexandre de Moraes.

Além da entrega da medalha, Bolsonaro elogiou o PSD e disse que há “muita gente boa no Brasil”, em contraste com sua postura nas eleições municipais de 2022, quando vetou alianças com o partido e atribuiu a Kassab a responsabilidade pelos votos favoráveis ao seu indiciamento na CPMI do 8 de Janeiro.

Aliados de Kassab destacaram que ele foi o primeiro citado por Bolsonaro em seu discurso, sendo apresentado como o “presidente do maior partido do país, depois do PL”. Nos bastidores, a leitura política é de que Bolsonaro, enfraquecido juridicamente e isolado em parte do espectro político, busca recompor alianças em torno de Tarcísio de Freitas, potencial candidato ao Planalto em 2026.

“A medalha é um aceno único, porque Bolsonaro só dá aquela medalha a quem ele quer distinguir”, afirmou um aliado próximo ao ex-presidente, reforçando o simbolismo do gesto.

A aproximação com Kassab pode representar mais que um gesto pontual: ela sinaliza que o bolsonarismo está disposto a fazer concessões ao centro para manter protagonismo eleitoral nos próximos anos. Para aliados, é o início de uma nova fase da estratégia de Bolsonaro: menos confrontação e mais composição.

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