Após aplaudir a guerra comercial de Trump contra o Brasil, Tarcísio se reúne com chefe da embaixada dos EUA
Governador de São Paulo corre atrás do prejuízo, econômico e político, e diz que abrirá diálogo entre as empresas paulistas e o governo norte-americano
247 - Em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos provocada pelo aumento de tarifas imposto pelo presidente Donald Trump, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se reuniu nesta sexta-feira (11) com Gabriel Escobar, chefe da missão diplomática dos EUA no Brasil. O encontro ocorreu no escritório do governo paulista em Brasília, informa a Folha de S. Paulo.
A reunião ocorre dias após Trump anunciar uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros e reforçar seu apoio a Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião da taxação por Trump, Tarcísio demonstrou alinhamento à decisão do presidente dos EUA e atribuiu culpa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de aproveitar o momento para retomar críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), novamente em sintonia com Trump.
Gabriel Escobar ocupa o cargo de encarregado de negócios na embaixada americana, que segue sem um embaixador formal desde o início do segundo mandato de Trump. Na quarta-feira (9), Escobar foi convocado duas vezes ao Itamaraty, numa clara demonstração de descontentamento por parte do governo Lula. Durante o segundo encontro, representantes do Ministério das Relações Exteriores devolveram simbolicamente a carta em que Trump comunicava as tarifas ao presidente Lula.
Nas redes sociais, Tarcísio comentou o encontro com Escobar, em uma tentativa de se reposicionar após a avalanche de críticas que recebeu, tanto de governistas, quanto de setores da oposição, imprensa e empresariado, além do agronegócio:
“Acabo de me reunir com Gabriel Escobar, Encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, em Brasília. Conversamos sobre as consequências da tarifa para a indústria e agro brasileiro e também o reflexo disso para as empresas americanas. Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas. É preciso negociar. Narrativas não resolverão o problema. A responsabilidade é de quem governa”.
Pressões dos dois lados - Aliado de Bolsonaro e cotado como possível candidato à presidência, Tarcísio enfrenta agora um dilema político: se apoiar abertamente as medidas de Trump, pode desgastar sua imagem junto ao agronegócio, ao setor industrial e ao mercado financeiro, diretamente impactados pelas novas tarifas. Se adotar uma posição mais crítica às sobretaxas, poderá ser atacado por bolsonaristas mais radicais que esperam dele um alinhamento irrestrito a Bolsonaro.
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