Adolescente que matou pais e irmão no RJ diz que "faria tudo de novo"

247 - A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga um dos crimes familiares mais brutais e chocantes dos últimos anos, ocorrido em Itaperuna, no noroeste do estado. Um adolescente de 14 anos confessou ter matado o pai, a mãe e o irmão caçula, de apenas 3 anos, e afirmou, com uma frieza que espantou até os investigadores mais experientes: "Faria tudo de novo". As informações são do portal Metrópoles.

Os corpos das vítimas foram encontrados na manhã de quarta-feira (25/6), dentro de uma cisterna no quintal da residência da família. Segundo a polícia, o crime foi motivado por um desentendimento doméstico: os pais teriam impedido o garoto de viajar para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual.

Demonstrando tranquilidade e ausência de remorso, o adolescente relatou ter planejado o crime. Para isso, tomou um energético com o objetivo de permanecer acordado durante a madrugada. Em seguida, pegou a arma do pai, que estava escondida debaixo do colchão, e atirou primeiro na cabeça do pai, depois na mãe e, por fim, no pescoço do irmão caçula. As vítimas dormiam no mesmo quarto por causa do ar-condicionado.

De acordo com o delegado titular da 143ª Delegacia de Polícia (Itaperuna), Carlos Augusto Guimarães, o jovem respondeu às perguntas com frieza e rapidez. “Ele conversou de boa, frio, com respostas rápidas. Indagado por um investigador se voltaria no tempo, ele disse que não se arrependeu e que faria tudo de novo”, afirmou o delegado.

A investigação aponta ainda que o crime ocorreu na madrugada do último sábado (21/6), mas só foi descoberto três dias depois. A avó do adolescente procurou a polícia ao desconfiar do sumiço da família e da ausência de contato.

Além do triplo homicídio, o comportamento do jovem após o crime também chamou atenção. Segundo a polícia, ele tentou sacar R$ 33 mil do FGTS do pai e chegou a dizer, inicialmente, que o irmão havia engasgado com um pedaço de vidro, antes de assumir a autoria das mortes.

A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul também participa das investigações, uma vez que a adolescente com quem o garoto mantinha o relacionamento virtual mora naquele estado. A jovem, que conheceu o adolescente por meio de um jogo on-line quando ambos tinham 8 anos, está sendo ouvida pelas autoridades. A possibilidade de que ela tenha incentivado ou ajudado no crime ainda está sob apuração.Celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos do garoto estão sendo periciados para esclarecer o que motivou o crime e se houve participação remota de terceiros. Até o momento, não há indícios de que ele tenha pesquisado como cometer o crime, mas o conteúdo dos aparelhos ainda está sendo analisado.O caso segue em investigação e causa comoção no município e em todo o estado do Rio de Janeiro.