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Após 6 horas, PF conclui mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado Júnior Mano

Operação Underhand apura fraude em licitações e contratos com o uso de emendas parlamentares

Júnior Mano (Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados)
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247 - A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta terça-feira (8) mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), em Brasília, como parte da Operação Underhand. As diligências, que duraram mais de seis horas, começaram às 6h30 e se estenderam até o início da tarde, com a participação de ao menos cinco agentes federais e apoio da Polícia Legislativa da Câmara.

Segundo o jornal O Globo, além da sede parlamentar, os policiais também revistaram o apartamento funcional de Júnior Mano na Asa Sul, em Brasília, e outros endereços ligados ao deputado em Fortaleza e em municípios do interior do Ceará. Durante a operação, os agentes usaram duas escadas e ferramentas para acessar locais específicos e deixaram os imóveis carregando diversas caixas com documentos e equipamentos apreendidos.

A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e teve apoio da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Brasília, na capital cearense e em outras quatro cidades do estado. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas envolvidas na investigação.

A investigação mira uma organização criminosa suspeita de desviar recursos públicos por meio de fraudes em processos licitatórios e contratos administrativos. Segundo a PF, as fraudes teriam beneficiado empresas ligadas ao esquema, que direcionava verbas públicas a determinados municípios mediante pagamento de propina. O foco da apuração, porém, está na suspeita de que esses contratos foram usados para abastecer ilegalmente campanhas eleitorais no Ceará durante as eleições municipais de 2024.

De acordo com os investigadores, embora parte das licitações tenha sido financiada por emendas parlamentares, a operação busca sobretudo indícios de caixa dois eleitoral. Também são alvos da operação cinco empresários cearenses que teriam participado do esquema. Entre os crimes investigados estão formação de organização criminosa, captação ilícita de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.

A investigação teve início na superintendência da Polícia Federal no Ceará, após uma denúncia apresentada pela prefeitura de Canindé, um dos alvos da operação. Com o surgimento de indícios contra o deputado federal, o caso foi encaminhado ao STF. Em fevereiro, o ministro Gilmar Mendes determinou o prosseguimento da apuração na Corte e estabeleceu um prazo de 15 dias para apresentação de relatório parcial com provas já reunidas e diligências pendentes. A Procuradoria-Geral da República se manifestou favorável à tramitação do caso no Supremo.

Durante a manhã, o superintendente da PF, Andrei Rodrigues, comunicou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a realização das buscas na sede do Legislativo.

Júnior Mano negou envolvimento em qualquer atividade ilícita. Em nota divulgada por sua assessoria, o parlamentar afirmou “que não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos. Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”.

“O parlamentar reafirma sua confiança nas instituições, em especial no Poder Judiciário e na Polícia Judiciária Federal, e reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública. Tem plena convicção de que, ao final da apuração, a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta”, completa o texto da nota.

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