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Tailândia avança para recriminalizar a maconha, abalando indústria de US$ 1 bilhão

O gabinete aprovou uma proposta para reclassificar a cannabis como substância narcótica

Clientes compram cannabis em uma loja especializada na Rua Sukhumvit, um dos pontos turísticos mais populares de Bangcoc, Tailândia (Foto: Chalinee Thirasupa / Reuters)
Leonardo Lucena avatar
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247 - O governo da Tailândia deu um passo decisivo nesta terça-feira (25) para recriminalizar o uso recreativo da maconha, apenas dois anos após ter se tornado o primeiro país do Sudeste Asiático a descriminalizar a planta. A medida ameaça abalar um setor que movimenta cerca de US$ 1 bilhão e já atraiu milhares de empreendedores e investidores.

De acordo com fontes do governo tailandês, o gabinete aprovou uma proposta para reclassificar a cannabis como substância narcótica, que agora seguirá para votação no Parlamento. Se aprovada, a lei deve entrar em vigor a partir de janeiro de 2026, proibindo novamente o uso recreativo – embora mantenha o consumo medicinal legalizado.

A decisão coloca em risco um mercado que cresceu rapidamente desde a descriminalização em 2022, com mais de 6 mil lojas e negócios relacionados à cannabis surgindo em todo o país. Analistas estimam que o setor emprega diretamente dezenas de milhares de pessoas.

"Isso vai destruir investimentos já consolidados e mandar um sinal terrível para outros mercados emergentes", afirmou à Reuters Chokwan Chopaka, empresária do setor e ativista pela legalização.

A medida contrasta com a tendência global de flexibilização das leis sobre maconha, especialmente em países como Alemanha e Estados Unidos, onde alguns estados já regulamentaram o uso adulto. Especialistas alertam que a recriminalização na Tailândia pode beneficiar o mercado ilegal e dificultar o controle de qualidade dos produtos.

O Ministério da Saúde tailandês justificou a decisão citando preocupações com o "aumento do uso entre jovens" e "falta de regulamentação eficiente" nos últimos dois anos.

Enquanto isso, empresários locais preparam ações judiciais e protestos. "Vamos lutar até o fim. Não podemos aceitar esse retrocesso", declarou Poonwarit Wangpatravanich, presidente da Associação de Cannabis da Tailândia.

A votação no Parlamento deve ocorrer nos próximos meses (com Reuters).

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