Maioria dos deputados vê relacionamento negativo entre Congresso e governo Lula
Para 51% dos deputados, a relação com o Planalto é negativa. Outros 30% consideram a relação como regular e 18% aprovam
247 - A pesquisa “O que pensam os deputados federais”, realizada pela Genial/Quaest e divulgada nesta quarta-feira (2), revelou um agravamento na percepção dos parlamentares sobre a relação entre o Congresso Nacional e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a coluna Sonar, de O Globo, o levantamento indica que 51% dos deputados federais avaliam de forma negativa o relacionamento do Congresso e o Executivo — alta de oito pontos em relação aos 43% registrados em maio deste ano.
O estudo entrevistou 203 deputados, o que corresponde a 40% do total de parlamentares da Casa, entre os dias 7 de maio e 30 de junho. No mesmo período, os que consideram regular caiu para 30% (eram 32%) e positiva para 18% (eram 24%). Outros 1% não souberam ou não responderam (eram 2%).
A deterioração do cenário coincide com episódios recentes de embate entre os Poderes, especialmente a queda do decreto que previa aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), proposto pelo governo Lula em maio. A derrota na votação foi considerada simbólica e expôs o enfraquecimento da articulação política do Planalto.
Além do caso do IOF, parlamentares têm se queixado da escassez de diálogo com a base governista e do atraso na liberação de emendas parlamentares. Esses fatores vêm se acumulando desde o início do ano e contribuem para o atual ambiente de desconfiança entre os poderes Legislativo e Executivo.
O levantamento da Quaest mostra, ainda, que 46% dos deputados federais têm uma avaliação negativa da administração Lula. Outros 27% classificam a gestão positivamente, e 24% consideram-na regular. Apenas 3% não souberam ou preferiram não responder.
O pessimismo também se reflete na expectativa quanto à aprovação da pauta governista no Parlamento: 57% dos entrevistados consideram baixas as chances de o governo conseguir implementar sua agenda, aumento de 10 pontos em relação ao levantamento anterior. Por outro lado, o grupo que se mostrou mais otimista caiu de 47% para 36% entre maio e junho.
Ao serem questionados sobre os motivos da escassez de votações importantes para o governo, 45% dos deputados apontaram a desarticulação política como principal fator. Outros 33% responsabilizaram o impasse envolvendo a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, enquanto 15% citaram a não liberação de emendas parlamentares. Para 6%, o problema reside no funcionamento deficitário das comissões internas da Casa. Apenas 1% declarou não saber ou não quis opinar.
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