Von der Leyen critica tarifa de Trump e diz que medida prejudica empresas e pacientes dos dois lados do Atlântico
Presidente da Comissão Europeia afirma que UE busca acordo com os EUA até 1º de agosto, mas promete contramedidas proporcionais caso ele fracasse
247 - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou abertamente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 30% sobre produtos europeus e mexicanos. Em publicação feita nesta sexta-feira (12) na rede social X, Von der Leyen alertou que a medida poderá “prejudicar empresas, consumidores e pacientes” tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. A declaração foi divulgada logo após o anúncio formal de Trump, também nas redes sociais, sobre a nova alíquota tarifária.
A líder do bloco europeu reforçou o compromisso da União Europeia em seguir negociando com os Estados Unidos. “Uma tarifa de 30% sobre as exportações da UE prejudicaria empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico. Continuaremos trabalhando para chegar a um acordo até 1º de agosto", escreveu ela.
Von der Leyen também ressaltou que o bloco está preparado para responder com firmeza, caso não haja consenso até a data-limite. “Trabalhamos para proteger os interesses da UE com base em contramedidas proporcionais”, afirmou.
As tarifas impostas por Trump vêm em meio a uma escalada de tensões comerciais com a Europa. No início de abril, no chamado “Dia da Libertação”, o republicano havia anunciado uma tarifa de 20% sobre produtos da UE, mas recuou para 10% como parte de uma trégua de 90 dias nas negociações multilaterais. Após frustrações com o ritmo das tratativas, o presidente voltou à ofensiva e ameaçou uma alíquota ainda mais alta, de até 50%. A imposição de 30% anunciada agora parece ser uma tentativa de pressionar o bloco a acelerar os acordos.
Apesar da tensão, autoridades europeias mantêm a disposição de diálogo. No início da semana, a União Europeia afirmou que estava próxima de concluir um acordo com Washington, após uma conversa entre Von der Leyen e Trump. O novo primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, também se manifestou nas redes sociais: “A UE deve permanecer unida e firme na busca de um resultado com os Estados Unidos que seja mutuamente benéfico.”
As tarifas propostas por Trump são distintas daquelas aplicadas anteriormente a setores específicos, como os de automóveis e aço. Caso se concretizem, poderão criar desequilíbrios competitivos entre a União Europeia e o Reino Unido — que deixou o bloco em 2020 e já possui um acordo comercial robusto com os EUA.
Com o prazo de negociação se estreitando, o futuro das relações comerciais transatlânticas segue incerto. Resta saber se a pressão tarifária de Trump surtirá o efeito desejado ou se abrirá caminho para uma nova rodada de retaliações.
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