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Trump vê Zelensky como principal obstáculo à paz, diz Financial Times

Segundo o jornal britânico, presidente dos Estados Unidos prefere negociar com Putin e considera o líder ucraniano um entrave à resolução do conflito

Zelensky é humilhado por Trump e Vance na Casa Branca (Foto: Reuters)
Redação Brasil 247 avatar
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247 – Em reportagem publicada nesta sexta-feira (11), o jornal britânico Financial Times, citado pela agência russa TASS, revelou que os aliados ocidentais da Ucrânia acreditam que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vê o presidente da Rússia, Vladimir Putin, como seu parceiro legítimo de negociação e o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, como o principal obstáculo ao caminho da paz no Leste Europeu.

“Há um certo excesso de entusiasmo com base em uma mudança de tom”, afirmou uma das fontes ouvidas pelo Financial Times. “Mas não estamos vendo isso se traduzir em grandes ações.” A avaliação dos interlocutores ouvidos pelo jornal é de que, embora haja alguma retomada nas conversas diplomáticas e uma mudança na retórica, os gestos concretos de Washington seguem limitados.

Ainda segundo as fontes citadas na reportagem, os sistemas antimísseis Patriot, enviados pelos Estados Unidos à Ucrânia, são considerados vitais para a defesa do território ucraniano. No entanto, esses armamentos não alteram substancialmente a capacidade de ataque de Kiev nem modificam de forma decisiva os rumos do conflito em sua totalidade.

Impasse nas armas e tensões diplomáticas

A situação do fornecimento de armamentos à Ucrânia tem sido marcada por incertezas. Em 2 de julho, o jornal The New York Times informou que os EUA planejavam suspender o envio de uma série de equipamentos bélicos a Kiev. Estariam entre os sistemas afetados os mísseis dos Patriots, munições guiadas GMLRS, mísseis Hellfire, os portáteis Stinger, além de outros armamentos críticos para a defesa ucraniana.

A notícia gerou reação imediata. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia chegou a convocar John Ginkel, encarregado de negócios dos EUA em Kiev. O próprio Zelensky se manifestou, destacando a impossibilidade de a Europa substituir os armamentos norte-americanos, evidenciando a dependência estratégica da Ucrânia em relação à ajuda militar de Washington.

Discurso contraditório de Trump

Em meio às pressões, o presidente Trump tentou amenizar os efeitos políticos da crise, afirmando em 3 de julho que os Estados Unidos continuavam oferecendo assistência militar à Ucrânia, mas ressaltando que o próprio país precisava reforçar seus estoques de armamentos. Poucos dias depois, em 7 de julho, ele retomou o envio de equipamentos militares para Kiev.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, também se pronunciou. Segundo ele, os fornecimentos seguem um cronograma previamente acordado entre o governo e o Congresso dos EUA, o que indicaria que a gestão de Trump não abandonou formalmente o compromisso com os ucranianos, embora adote uma postura mais cautelosa.

Um cenário de mudanças

A percepção de que Trump vê Zelensky como um obstáculo à paz marca uma inflexão nas relações entre Washington e Kiev. Desde o início da guerra, os Estados Unidos foram os principais patrocinadores militares e financeiros da resistência ucraniana contra a ofensiva russa. A possível mudança de prioridades do atual governo norte-americano pode sinalizar novos rumos para o conflito e para a diplomacia internacional.

Caso se confirme a disposição de Trump em negociar diretamente com Putin, ignorando ou minimizando o papel de Zelensky, o equilíbrio geopolítico da guerra poderá sofrer alterações relevantes. Essa percepção já circula entre aliados europeus, que acompanham com apreensão a possível reconfiguração da estratégia ocidental diante do impasse no front ucraniano.

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