Trump faz novo ataque ao Brasil e diz que Bolsonaro é vítima de "caça às bruxas"
Presidente dos EUA tenta novamente interferir no Judiciário brasileiro e agride a soberania nacional. Bolsonaro é réu por tentativa de golpe
247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a usar suas redes sociais para criticar as investigações judiciais contra Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. Em nova publicação na terça-feira (8), Trump classificou os processos como uma “caça às bruxas” e pediu explicitamente para que “deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz”.
Essa foi a segunda manifestação pública de Trump em dois dias em defesa de Bolsonaro, que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A mensagem postada por Trump na plataforma Truth Social remete a uma declaração anterior, feita na segunda-feira (7), em que o presidente americano afirmou que o Brasil está promovendo um “terrível ataque político” contra Bolsonaro.
O apoio do governo estadunidense — especialmente por parte de Trump e de figuras aliadas — tem sido considerado pela família Bolsonaro como uma das principais estratégias para evitar a condenação do ex-mandatário no Brasil. Nesse contexto, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, licenciou-se do mandato de deputado federal para viver nos Estados Unidos. Seu objetivo declarado é articular pressões contra o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações contra Bolsonaro no STF.
Nesta quinta-feira (8), Moraes prorrogou por 60 dias o inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar as articulações de Eduardo Bolsonaro junto ao governo dos EUA. Ainda de acordo com a reportagem, o próprio Eduardo celebrou a nova postagem de Trump nas redes sociais.
“Quase meia-noite no Brasil e Donald Trump voltou a postar denunciando a lawfare contra Jair Bolsonaro. Caça às bruxas!”, escreveu. O termo “lawfare”, amplamente utilizado por bolsonaristas e aliados de Trump, designa o uso do sistema judicial para perseguir opositores políticos.
As declarações do presidente dos Estados Unidos provocaram a reação do governo brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou oficialmente a posição de Trump logo após a sua primeira manifestação, ainda na segunda-feira (7). Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula afirmou que “a defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um País soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”.
Apesar do silêncio público do Supremo Tribunal Federal, ministros da Corte consideraram, nos bastidores, que a manifestação de Trump é “irrelevante” para os julgamentos que envolvem Bolsonaro. A avaliação foi repassada à Coluna do Estadão por fontes do STF. Outro episódio envolvendo diretamente as autoridades brasileiras e americanas ocorreu na segunda-feira, mesmo dia da primeira publicação de Trump.
A Justiça da Flórida deu 21 dias para que o ministro Alexandre de Moraes se manifeste em um processo movido pelas empresas Rumble e Trump Media & Technology Group, ligadas a Trump. Ambas acusam o magistrado brasileiro de censura, após determinação que levou à suspensão de perfis de influenciadores bolsonaristas e de extrema direita que estão nos EUA.
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