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Produção de petróleo do Irã atinge maior nível em 46 anos e garante recursos para reconstrução após ataques de Israel e dos EUA

Projeções indicam um cenário promissor para o setor de petróleo e gás no Irã para o futuro, com apoio chinês, enquanto Israel sofre sem refinaria-chave

Bandeiras do Irã em Teerã - 08/12/2024 (Foto: Majid Asgaripour/WANA via REUTERS)
Redação Brasil 247 avatar
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247 - Em 2024, o Irã produziu cerca de 4,3 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo bruto, além de 725 mil bpd de líquidos de gás natural e condensados (etano, butano, propano), totalizando aproximadamente 5,1 milhões de bpd e gerando uma receita de exportação de energia estimada em US$ 78 bilhões. As informações foram divulgadas no sábado (5), pela agência Sputnik. 

Trata-se da maior produção desde 1978, quando o Irã—então ainda um Estado cliente de Washington sob o regime do xá—chegou à marca de 5,3 milhões de bpd, segundo o Statistical Review of World Energy do Instituto de Energia do Reino Unido.

Após a Revolução Islâmica, em 1979, sob sanções e isolamento comercial dos antigos parceiros ocidentais e enfrentando uma guerra devastadora contra o Iraque, a produção iraniana caiu drasticamente, chegando a apenas 1,3 milhão de bpd em 1981. Ainda assim, com o tempo, o país se recuperou, encontrou novos mercados— especialmente a China—e viu sua produção e exportações voltarem a crescer, mesmo sob duras sanções impostas pelos Estados Unidos.

A imprensa econômica norte-americana prevê que a produção em 2025 supere a de 2024. Nesta semana, a Bloomberg ironizou que o Irã transformou a “pressão máxima” dos EUA sobre seu setor petrolífero em uma “produção máxima de petróleo”, e destacou que o presidente Donald Trump “tem muito menos influência” sobre o Irã do que afirma.

O Irã tem registrado aumentos consistentes em sua produção e exportação de petróleo desde 2021, apenas dois anos após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor um rigoroso regime de sanções aos compradores de petróleo iraniano durante seu primeiro mandato. Isso garante recursos não apenas para a reconstrução dos alvos civis atingidos por Israel, mas para o próprio rearmamento do Irã após a guerra. 

Estimativas indicam que as exportações de petróleo do Irã—destinadas principalmente a compradores privados na China—superaram 2,4 milhões de barris por dia nos últimos meses.

Enquanto isso, em Israel, a refinaria de Haifa, atingida por ataques retaliatórios do Irã, pode retomar operação total apenas em outubro, de acordo com o The Times of Israel. 

Comércio com a China 

De acordo com dados divulgados pela Sputnik, as importações chinesas de petróleo iraniano registraram recordes em junho. Dados de rastreamento de navios revelam que a China comprou mais de 1,8 milhão de barris por dia de petróleo iraniano nas três primeiras semanas de junho.

O salto mensal foi de 46%. As importações de junho tiveram média de 1,46 milhão de bpd—um aumento significativo em relação aos 1 milhão de bpd registrados em maio.

Governo assume reconstrução

O governo iraniano financiará todos os projetos de reconstrução relacionados à recente agressão israelense contra o país, segundo declarou um membro do Parlamento do Irã na última semana à emissora PressTV. 

Mohammad Reza Kouchi afirmou que as seguradoras iranianas não oferecem cobertura para os edifícios e instalações destruídos durante os ataques israelenses, e acrescentou que caberá ao governo arcar com os custos da reconstrução.

A guerra

O regime israelense iniciou uma ofensiva de 12 dias contra o Irã a partir de 13 de junho, causando danos a residências e à infraestrutura civil em diversas regiões do país. Centenas de pessoas—incluindo cientistas, mulheres e crianças—foram mortas durante os ataques.

A Força Aérea dos Estados Unidos bombardeou três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan. Em retaliação, o Irã atingiu a Base Aérea de Al Udeid, no Catar, com mísseis.

Os bombardeios de retaliação do Irã também impuseram pesadas perdas a Israel. Um relatório publicado após o cessar-fogo aponta que as seguradoras israelenses já receberam mais de US$ 1,3 bilhão em pedidos de indenização por propriedades atingidas diretamente pelos mísseis iranianos.

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