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Palestina denuncia ataques de colonos e cobra ação global contra crimes de Israel

Ministério das Relações Exteriores palestino critica expansão de assentamentos e alerta para guerra total contra seu povo e território

Exército de Israel (Foto: Reuters)
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247 - O governo palestino voltou a denunciar com veemência os ataques sistemáticos perpetrados por colonos israelenses na Cisjordânia ocupada e exigiu uma resposta firme da comunidade internacional diante dos crimes em curso. A informação foi publicada nesta quinta-feira (11) pela agência Prensa Latina, que repercutiu comunicado do Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Palestina.

“Ao lado da guerra de extermínio na Faixa de Gaza, os crimes cometidos na Cisjordânia seguem ocorrendo”, afirmou a chancelaria palestina, que apelou por uma mobilização global para responsabilizar Israel por suas ações. “Instamos o mundo a aplicar o direito internacional na Palestina ocupada e a restaurar o respeito às resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, acrescentou.

O Ministério considera “insuficientes” as reações da comunidade internacional frente ao avanço da colonização israelense nos territórios ocupados, que, segundo os palestinos, vem se intensificando sob o governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu.

De acordo com uma reportagem do Canal 12 de Israel, divulgada na semana passada, o número de assentamentos ilegais na Cisjordânia subiu de 128 para 178 desde que Netanyahu assumiu o poder, no final de 2022. Além da criação de dezenas de novos assentamentos, a matéria revelou que os existentes foram significativamente ampliados.

Nos últimos dois anos e meio, o governo israelense aprovou a construção de mais de 41.700 novas casas para colonos israelenses na região — número superior ao total autorizado nos seis anos anteriores, segundo o veículo.

A escalada colonizadora ganhou novo impulso com uma carta assinada por 14 ministros do governo israelense e pelo presidente do Knesset (Parlamento), na qual pedem a Netanyahu a anexação formal da Cisjordânia ao território israelense. A proposta foi duramente rechaçada pelas autoridades palestinas.

“O documento integra os objetivos do governo colonial de direita e representa uma linha de ação extremamente perigosa”, alertou Rawhi Fattouh, presidente do Conselho Nacional Palestino.

Na mesma linha, o porta-voz da Autoridade Nacional Palestina, Nabil Abu Rudeina, declarou: “Essas demandas são parte da guerra total travada pelas autoridades de ocupação contra nosso povo e nossa terra”.

As ações de Israel na Cisjordânia são consideradas ilegais pelo direito internacional e alvo de sucessivas resoluções da ONU. Ainda assim, o país mantém o avanço da ocupação. Segundo dados oficiais palestinos, mais de 750 mil colonos judeus vivem hoje na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental — territórios que, de acordo com acordos internacionais e o consenso na ONU, deveriam compor o futuro Estado da Palestina.

A chancelaria palestina, reafirma no comunicado a urgência de se garantir o cumprimento das resoluções da ONU e a responsabilização do governo israelense, sob a liderança do presidente dos EUA, Donald Trump, acusado por autoridades palestinas de endossar, com seu silêncio ou apoio velado, a política de anexação e colonização.

A situação humanitária e política nas áreas ocupadas permanece crítica, e as lideranças palestinas alertam que a continuidade da escalada poderá comprometer de forma irreversível qualquer perspectiva de paz ou solução negociada para o conflito.

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