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Pacote de Trump impõe maior revés à energia limpa nos EUA em décadas

Fim abrupto de créditos fiscais pode barrar 350 GW em projetos de solar e eólica até 2035

O presidente dos EUA, Donald Trump, apresenta uma ampla legislação sobre gastos e impostos, conhecida como "One Big Beautiful Bill Act", após sua assinatura, na Casa Branca em Washington, DC, EUA, em 4 de julho de 2025 (Foto: REUTERS/Leah Millis)
Luis Mauro Filho avatar
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247 - A assinatura, nesta sexta-feira (4), do pacote fiscal de US$ 3,4 trilhões pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representa um duro revés para a transição energética do país. Embora congressistas tenham retirado uma taxa que mirava vento e sol, o texto final acelera a extinção dos créditos fiscais que impulsionam turbinas e painéis, colocando em risco centenas de projetos de geração limpa.

A organização Energy Innovation calcula que, até 2035, deixarão de ser instalados cerca de 200 GW em parques eólicos e 150 GW em usinas solares que, em condições normais, seriam erguidos nesse período. A perda de 350 GW equivale a quase três vezes toda a capacidade renovável instalada no Brasil hoje.

O corte chega em um momento de virada no consumo de eletricidade. Depois de anos de demanda estável, o avanço da inteligência artificial pressiona o sistema. Somente no Texas, estado que investiu pesado em eólicas e fotovoltaicas, data centers poderão exigir 30 GW extras até 2030, o mesmo que 30 reatores nucleares de porte médio.

Até 2024, a energia solar já dominava as expansões de capacidade nos EUA, respondendo por 61% das novas usinas (30 GW). A queda de custos, a rapidez de construção e o uso crescente de baterias para armazenar excedentes noturnos consolidavam a fonte como “a opção doméstica mais barata”, segundo o governo.

Esse cenário, porém, contava com os incentivos previstos na histórica Lei de Clima de 2022, do ex-presidente Joe Biden, cujo impacto total chegaria a US$ 1,2 trilhão, segundo o Goldman Sachs. O novo pacote de Trump reduz ou elimina parte desses estímulos, levantando dúvidas sobre como o país sustentará a primeira onda da revolução da IA sem recorrer a combustíveis fósseis.

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