Meta avança na compra da PlayAI para reforçar tecnologias de voz com inteligência artificial

247 - A Meta Platforms Inc. está em tratativas avançadas para adquirir a PlayAI, startup sediada em Palo Alto, na Califórnia, que desenvolve soluções de inteligência artificial voltadas à replicação de vozes humanas. A possível compra faz parte da estratégia da empresa de Mark Zuckerberg para acelerar sua atuação no setor de IA, que se tornou prioridade dentro da companhia em 2025.

Segundo fontes com conhecimento direto das conversas, a negociação prevê a incorporação da tecnologia da PlayAI e a contratação de parte de sua equipe, embora os termos financeiros ainda não tenham sido revelados. As fontes, que pediram anonimato por se tratar de informações confidenciais, alertam que o acordo ainda pode ser alterado ou não ser concluído.

Procurada, a Meta não comentou o assunto. A PlayAI também não respondeu aos pedidos de posicionamento.

Expansão agressiva e contratações estratégicas

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, tem reforçado publicamente que a inteligência artificial é a principal aposta da empresa no momento. Ainda em junho, a companhia investiu US$ 14,3 bilhões na Scale AI, especializada em rotulagem de dados para treinar modelos de IA, e trouxe o CEO da empresa para liderar sua recém-criada equipe de “superinteligência”.

A Meta também vem recrutando talentos de peso de concorrentes diretos. Nos últimos meses, contratou pesquisadores vindos do Google, da OpenAI e da Sesame AI. Três deles, por exemplo, atuavam no escritório da OpenAI em Zurique, na Suíça. A própria OpenAI confirmou as saídas, mas não quis comentar os motivos.

Foco em assistentes de voz e dispositivos como smartglasses

A eventual incorporação da PlayAI ampliaria o know-how da Meta em recursos de voz, área considerada estratégica para a integração com assistentes de IA e dispositivos de interface mãos-livres, como óculos inteligentes. Tanto o Google quanto a OpenAI já incorporaram funcionalidades semelhantes aos seus sistemas, buscando oferecer experiências de conversação mais naturais com os usuários.

A PlayAI, por sua vez, destaca em seu blog institucional que sua tecnologia de voz pretende simular “conversas tão fluidas quanto as realizadas entre duas pessoas”. No fim de 2024, a startup anunciou ter recebido um aporte de US$ 21 milhões, com participação de investidores como Kindred Ventures, Y Combinator e 500 Global.

Aquisições em série: Meta sondou outras startups

A negociação com a PlayAI ocorre em meio a uma série de tentativas da Meta de ampliar seu portfólio de IA por meio de aquisições. A empresa teria mantido conversas com a Perplexity AI Inc. antes de fechar o investimento com a Scale AI. Também sondou a possibilidade de adquirir a Runway AI Inc., especializada em vídeo gerado por IA, mas não chegou a formalizar uma proposta.

A movimentação agressiva de Zuckerberg reforça o esforço da Meta em não ficar para trás na disputa com gigantes como a Alphabet (controladora do Google) e a OpenAI, criadora do ChatGPT.

(Com informações da Bloomberg)